Obra de professor da Unicamp explora a aplicação da chamada teoria dos atos de fala a casos enigmáticos e busca explicá-los como um fenômeno natural da linguagem decorrente de um ato linguístico especial (imagem: reprodução)

Livro de filosofia aborda o enigma das proposições verdadeiras
22 de março de 2022

Obra de professor da Unicamp explora a aplicação da chamada teoria dos atos de fala a casos enigmáticos e busca explicá-los como um fenômeno natural da linguagem decorrente de um ato linguístico especial

Livro de filosofia aborda o enigma das proposições verdadeiras

Obra de professor da Unicamp explora a aplicação da chamada teoria dos atos de fala a casos enigmáticos e busca explicá-los como um fenômeno natural da linguagem decorrente de um ato linguístico especial

22 de março de 2022

Obra de professor da Unicamp explora a aplicação da chamada teoria dos atos de fala a casos enigmáticos e busca explicá-los como um fenômeno natural da linguagem decorrente de um ato linguístico especial (imagem: reprodução)

 

Agência FAPESP – Um livro recentemente lançado e intitulado Contingent A Priori Truths: Metaphysics, Semantics, Epistemology and Pragmatics (Springer, 2022) propõe uma nova abordagem para um problema da epistemologia e da filosofia da linguagem contemporâneas: o enigma das verdades que podem ser conhecidas sem recurso à experiência, o que contraria toda a tradição que vem de Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) e Immanuel Kant (1724-1804) até o século 20 e 21.

A obra é de autoria de Marco Antonio Caron Ruffino, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e é resultado de pesquisa apoiada pela FAPESP, na qual estiveram reunidos um linguista, um filósofo da linguagem e três filósofos da matemática para um estudo da linguagem da matemática.

A tradição filosófica anterior ao século 20 assumiu que verdades dependentes de fatos empíricos do mundo apenas podem ser conhecidas por nós a posteriori. Porém, essas proposições foram contestadas mais recentemente, conforme mostra o livro de Ruffino.

“Tal enigma emergiu a partir de três palestras memoráveis realizadas pelo filósofo norte-americano Saul Kripke em Princeton, em 1972, e publicadas em 1980, sob o nome Naming and Necessity, que deu origem a uma profunda revisão na filosofia da linguagem, epistemologia e metafísica contemporâneas”, conta Ruffino à Agência FAPESP.

O professor explica que o “livro explora a aplicação da chamada teoria dos atos de fala a esses casos enigmáticos e busca explicá-los como um fenômeno natural da linguagem decorrente de um ato linguístico especial, o chamado ato declarativo, que cria o que o filósofo John Searle chamou de ‘fatos institucionais’”.

A teoria dos atos de fala de Searle parte do princípio de que, quando o locutor pronuncia uma determinada frase, num contexto específico, executa, implícita ou explicitamente, atos como afirmar, avisar, ordenar, perguntar, pedir, prometer e criticar, entre outros. Assim, a pessoa que recebe a frase deve interpretar um enunciado tendo em conta o conteúdo proposicional do ato proferido e, também, todos os marcadores presentes na situação comunicativa em que é proferido.

Os interessados podem comprar o livro no site da editora por US$ 109.
 

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