O livro apresenta, em sua capa dura, detalhe do quadro “Embarque de café no Porto de Santos”, pintado em 1911 por Oscar Pereira da Silva e pertencente ao acervo da instituição (imagem: Esalq)

Livro comemora os 50 anos dos cursos de pós-graduação da Esalq
03 de junho de 2015

Obra destaca as mudanças ocorridas no perfil dos cursos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ao longo da última década

Livro comemora os 50 anos dos cursos de pós-graduação da Esalq

Obra destaca as mudanças ocorridas no perfil dos cursos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ao longo da última década

03 de junho de 2015

O livro apresenta, em sua capa dura, detalhe do quadro “Embarque de café no Porto de Santos”, pintado em 1911 por Oscar Pereira da Silva e pertencente ao acervo da instituição (imagem: Esalq)

 

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – Um livro comemorativo do cinquentenário dos cursos de pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), relembra o aniversário da fundação da Esalq e a implantação dos primeiros cursos de doutorado da instituição, há 45 anos. Os cursos de mestrados, iniciados formalmente em 1964, completaram meio século no ano passado.

Nesses 50 anos, a população estudantil dos cursos de pós-graduação da Esalq evoluiu de 75 para 1.188 alunos. E – dado significativo – o contingente feminino superou ligeiramente o masculino, na proporção de 51% para 49%.

Porém o grande destaque do livro não é a evolução quantitativa do meio século, de certa forma previsível, mas a mudança qualitativa vivida pela pós-graduação da Esalq na última década.

“Nessa década, ocorreu uma mudança de paradigma na área de ciências agrárias”, disse Maria Lúcia Carneiro Vieira, professora titular do Departamento de Genética da Esalq e uma das coordenadoras da obra, à Agência FAPESP. “No período anterior, o grande objetivo da pesquisa era o desenvolvimento de métodos e técnicas para dar suporte à geração de variedades para a agricultura local. Mas, na última década, houve um esforço para o estabelecimento de parcerias internacionais, para a internacionalização da ciência. E conseguimos espaço, em bons periódicos, para mostrar pesquisas de alto nível com foco em culturas tropicais.”

Segundo Vieira, essa inflexão tornou-se possível devido à criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A Embrapa foi criada em 1973 e, atualmente, concentra o esforço para o desenvolvimento de variedades, o que liberou as universidades para voos mais altos. “O que hoje nos compete é antecipar soluções, mediante parcerias internacionais, com estudos em áreas como bioenergia, genética e estatística aplicadas à agricultura, entomologia, fitopatologia, etc.”, afirmou.

Vieira, que também participou da coordenação do livro comemorativo dos 40 anos, conta que houve uma mudança de ênfase entre uma obra e outra. “Naquele livro, estávamos mais interessados em destacar o pioneirismo, pois os cursos de pós-graduação da Esalq foram os primeiros criados na área de ciências agrárias no Brasil, antecedendo, inclusive, a implantação dos cursos de pós-graduação na USP.

Recursos humanos formados na Esalq foram absorvidos por diferentes instituições do país. Grandes nomes se destacaram, como os de José Roberto Postali Parra, Roland Vencovsky, João Lúcio de Azevedo, entre outros.”

“O livro comemorativo dos 40 anos contava muito desse passado pioneiro, de desenvolvimento da agricultura com bases científicas no Brasil. Mas, para este, o professor Luis Eduardo Aranha Camargo, presidente da Comissão de Pós-Graduação da Esalq, orientou os coordenadores, responsáveis pelos capítulos, a comentar com destaque as realizações da última década.”

Vieira cogita que um dos grandes vetores dessa mudança foi o apoio da FAPESP. “O sequenciamento do genoma da Xylella fastidiosa [bactéria causadora da praga do amarelinho, que afeta os citros], conduzido pela FAPESP , criou uma massa de pesquisadores de alto nível voltados para a ciência básica em agricultura”, disse.
 

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