Publicação analisa a financeirização do setor imobiliário brasileiro via securitização de dívidas imobiliárias (imagem: reprodução)
Obra é fruto da pesquisa de doutorado de Bruno Leonardo Barcella Silva, conduzida na UFABC com apoio da FAPESP
Obra é fruto da pesquisa de doutorado de Bruno Leonardo Barcella Silva, conduzida na UFABC com apoio da FAPESP
Publicação analisa a financeirização do setor imobiliário brasileiro via securitização de dívidas imobiliárias (imagem: reprodução)
Agência FAPESP – O processo de aproximação entre o setor imobiliário e o financeiro no Brasil tem gerado lógicas, instrumentos e mecanismos que se tornam cada vez mais presentes em todo o território nacional, mesmo que de maneira seletiva e com intensidades diferentes.
A análise foi feita por Bruno Leonardo Barcella Silva, bolsista de pós-doutorado na Universidade Federal do ABC (UFABC). Ele aprofundou a argumentação no livro A Terra sob o Ritmo das Finanças: Uma história de poder, rentismo e destituição de direitos sociais (Lutas Anticapital, 2024).
Na publicação, Silva avalia o processo de transformação da propriedade da terra em ativo financeiro no Brasil diante da expansão dos instrumentos de securitização de dívidas imobiliárias.
“O objetivo foi analisar as particularidades da financeirização do setor imobiliário do Brasil via securitização de dívidas imobiliárias, destacando o papel histórico da propriedade na composição da riqueza/pobreza social e sua materialização em realidades metropolitanas e não metropolitanas”, explica à Agência FAPESP.
O livro demonstra como a securitização do setor imobiliário é o instrumento financeiro que possui a capacidade de transformar a propriedade em um ativo mobiliário, análogo a um ativo financeiro. “Entretanto, destacamos ao longo da argumentação que a incessante busca pela transformação da terra em um ativo financeiro no Brasil acontece de forma combinada e articulada aos condicionantes histórico-geográficos que colocam a propriedade da terra e, por consequência, seus proprietários, em uma posição especial na trajetória econômica brasileira”, ressalva.
A publicação argumenta ainda que a história da terra no Brasil e de seus proprietários se confunde com a própria história econômica e social brasileira. “De fato, a terra se torna uma mercadoria fictícia que expõe as contradições de um capitalismo em que o rentismo se mantém arraigado no cerne das relações econômicas e de poder”, pontua.
Segundo o pesquisador, a obra é fruto de sua pesquisa de doutorado na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente, financiada pela FAPESP. “Além disso, a Fundação também apoiou meu estágio de pesquisa no exterior, na Universidade de Coimbra, em Portugal, no âmbito da Economia Política, o que possibilitou um aprofundamento importante nos temas abordados.”
O livro tem 436 páginas, está disponível em formato físico e pode ser comprado pelo site da editora por R$ 80,00.
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