Obra da historiadora Cristiana Schettini traça uma breve história de algumas publicações ilustradas da imprensa carioca. Trabalho contou com apoio da FAPESP (imagem: Cecult/Unicamp)

Livro analisa estereótipos em torno das mulheres na imprensa carioca do início do século 20
30 de julho de 2020

Obra da historiadora Cristiana Schettini traça uma breve história de algumas publicações ilustradas da imprensa carioca. Trabalho contou com apoio da FAPESP

Livro analisa estereótipos em torno das mulheres na imprensa carioca do início do século 20

Obra da historiadora Cristiana Schettini traça uma breve história de algumas publicações ilustradas da imprensa carioca. Trabalho contou com apoio da FAPESP

30 de julho de 2020

Obra da historiadora Cristiana Schettini traça uma breve história de algumas publicações ilustradas da imprensa carioca. Trabalho contou com apoio da FAPESP (imagem: Cecult/Unicamp)

 

Agência FAPESP – A historiadora Cristiana Schettini lançou o livro Clichês Baratos - Sexo e humor na imprensa ilustrada carioca do início do século 20 em formato e-pub pela Editora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A obra faz parte da coleção Históri@ Ilustrada, produzida pelo Centro de Pesquisa em História Social da Unicamp com apoio da FAPESP.

Schettini é professora do Instituto de Altos Estudios Sociales da Universidade Nacional de General San Martín e também pesquisadora do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas, ambos na Argentina.

“O livro é uma breve história de um conjunto de publicações ilustradas, praticamente desconhecidas hoje, que se dedicaram a um estilo peculiar de humor sexual e erótico no começo do século 20”, comenta a historiadora para a Agência FAPESP.

Uma das duas publicações analisadas foi Sans Dessous, que durou menos de um ano (entre 1909 e 1910) e foi proibida de circular pelos correios. Já a segunda publicação estudada, O Rio Nu, teve vida mais longa, de 1898 a 1916. Essas publicações retratavam, de forma irônica e erótica, a vida noturna carioca e as ações de sociabilidade dos cidadãos de várias classes sociais, origens e ofícios.

Os textos, escritos por homens, quando se referiam às mulheres geralmente traziam caracterizações femininas que refletiam as visões da época, como “viuvinhas”, “criadas”, “coristas”, “jovens e velhas”, “respeitáveis”, “semivirgens”, “livres”, “francesas”, “polacas” (prostitutas europeias) e “nacionais”.

A obra de Schettini mostra como uma sociedade recém-saída da escravidão e que dava os primeiros passos num regime republicano lidava com as transformações de um Rio de Janeiro que passava a oferecer entretenimento para preencher o tempo livre, em especial a vida noturna com suas atrações diversas.

Nesse contexto, a prostituição passa a exercer um fator de sociabilidade, em que sujeitos de origens sociais distintas, de alguma forma, se cruzam. A historiadora revela na obra o papel da prostituição nessa sociedade, como o fato de uma das seções mais populares de O Rio Nu, intitulada “Nas Zonas”, ser dedicada à prostituição e atuar, segundo a obra, “como uma conexão direta da folha com o mercado sexual”.

O livro está disponível nas lojas da Editora da Unicamp, na Amazon, na Apple, Kobo e Livraria Cultura.
 

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