Índice Brasil de Inovação premia, em congresso em São Paulo, empresas com maior caráter inovador no país. De 60 empresas avaliadas, Delphi, Santista Têxtil, Silvestre Labs e Brasilata puxam a lista (foto: FAPESP)

Linha de frente tecnológica
25 de maio de 2007

Índice Brasil de Inovação premia, em congresso em São Paulo, empresas com maior caráter inovador no país. De 60 empresas avaliadas, Delphi, Santista Têxtil, Silvestre Labs e Brasilata puxam a lista

Linha de frente tecnológica

Índice Brasil de Inovação premia, em congresso em São Paulo, empresas com maior caráter inovador no país. De 60 empresas avaliadas, Delphi, Santista Têxtil, Silvestre Labs e Brasilata puxam a lista

25 de maio de 2007

Índice Brasil de Inovação premia, em congresso em São Paulo, empresas com maior caráter inovador no país. De 60 empresas avaliadas, Delphi, Santista Têxtil, Silvestre Labs e Brasilata puxam a lista (foto: FAPESP)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Delphi, Santista Têxtil, Silvestre Labs e Brasilata são as empresas do setor de transformação com maior grau de inovatividade tecnológica segundo o Índice Brasil de Inovação (IBI), que teve seus resultados divulgados na tarde de quinta-feira (24/5), durante a programação do 7º Congresso Ibero-Americano de Indicadores de Ciência e Tecnologia, em São Paulo.

Ao todo, 12 empresas foram premiadas pelos organizadores do índice, em quatro grupos de intensidades tecnológicas: alta, média-alta, média-baixa e baixa. O objetivo do ranking foi mensurar o esforço e os resultados das empresas em pesquisa e desenvolvimento e comparar os resultados com a taxa média de inovação de seus respectivos setores.

O IBI utiliza informações prestadas por empresas que participaram da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec 2003) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São usados ainda dados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e da Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2003, também do IBGE. No total, 60 empresas participaram desta primeira edição do IBI.

"Este primeiro ensaio foi de relativo sucesso. Um número razoável de empresas importantes se candidatou e aprendemos muito com o processo de desenvolvimento do índice", disse André Tosi Furtado, professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp e um dos coordenadores do trabalho, à Agência FAPESP.

"Alguns ajustes ainda precisam ser realizados para aperfeiçoar a metodologia e ampliar o número de empresas candidatas", disse Furtado, responsável pela coordenação dos trabalhos do IBI ao lado de Ruy Quadros, professor do mesmo departamento.

No grupo de alta tecnologia, a lista das empresas mais inovadoras foi formada por Delphi, Embraer e Marcopolo. No de média-alta intensidade tecnológica, o primeiro lugar ficou com a Silvestre Labs, seguida pela Vallée e pela Natura.

A Brasilata foi a primeira colocada no grupo de média-baixa intensidade tecnológica, seguida de Faber Castell e Usiminas. No grupo de baixa intensidade tecnológica o IBI foi composto de Santista Têxtil, Grendene e Rigesa.

O Índice Brasil de Inovação é uma iniciativa do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e do Instituto de Geociências (IGE), ambos da Unicamp, em parceria com a revista Inovação Uniemp e com a FAPESP.


Equilíbrio inovador

De acordo com a metodologia do índice, as empresas são avaliadas a partir do equilíbrio entre o Indicador Agregado de Esforço (IAE), que mede os gastos com máquinas, equipamentos, produtos e processos inovadores, e o Indicador Agregado de Resultado (IAR), que representa os impactos econômicos da inovação e as patentes depositadas.

"As melhores empresas são aquelas com os indicadores de esforços e de resultados mais bem equilibrados", explicou Furtado. Esse equilíbrio, nomeado de epsilon, é medido por meio do cruzamento de dados entre o IAE e IAR. "O valor do IBI, que ordena as empresas no ranking, resulta da soma ponderada desses três componentes: IAE, IAR e epsilon."

Com o valor do IBI em mãos, a empresa pode comparar seu grau de inovação com a taxa média do setor de que faz parte. "Isso é importante tanto para as empresas, que passam a se conhecer melhor e podem se situar à frente de seus concorrentes, como para os órgãos de fomento que apóiam a inovação na indústria, que têm mais informações para orientar as políticas públicas na área", disse Furtado.

Com os dados mais recentes da Pintec 2005, que deverão ser divulgados em meados deste ano, o lançamento da segunda edição do IBI está previsto para o segundo semestre, quando as empresas novamente serão convocadas a aderir ao índice.

Para as próximas edições, a área de atuação do IBI deverá ser ampliada para outras atividades econômicas além do setor de transformação, incluindo a indústria de extração mineral e o setor de serviços, que não fizeram parte da primeira edição.

"Não existe inovação malsucedida, uma vez que inovar sempre gera resultados econômicos. Os resultados do IBI refletem bem os esforços das atividades de ciência, tecnologia e inovação das empresas, e não apenas a inovação propriamente dita" , disse Antonio Carlos Álvares, diretor superintendente da Brasilata e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

"Se o índice medisse somente a inovação, bastariam apenas os indicadores agregados de resultados das empresas. O indicador de esforço é que mede o conhecimento em ciência e tecnologia, conhecimento que pode ou não gerar a inovação", destacou.


Gramática do IBI

Carlos Vogt, presidente da FAPESP, anunciou outra novidade durante a divulgação das empresas mais inovadoras do setor de transformação no país: a proposta de elaboração de um manual de boas práticas para o Índice Brasil de Inovação, que chamou de Manual de Campinas.

"O IBI é elaborado com indicadores complexos, colocados em fórmulas e equações com variáveis e pesos distintos que, aplicados às empresas, permitem estabelecer a medida do desempenho inovativo da indústria nacional", disse Vogt.

Segundo ele, a idéia do manual, que ainda não tem previsão de lançamento, é permitir que essas fórmulas e equações possam ser aplicadas e entendidas universalmente, de modo que as empresas nacionais tenham o IBI como referência e o apliquem individualmente em seus modelos de negócio.

A proposta é permitir também que o leigo entenda os motivos que levam uma empresa a aplicar a metodologia e a importância de galgar novas posições no ranking das empresas mais inovadoras do país.

"Isso significa que precisaremos de uma gramática com as regras de funcionamento do índice, que forneça a combinatória sintática e semântica e que determine como utilizar, interpretar e entender o Índice Brasil de Inovação", explicou Vogt.

As mais inovadores segundo o IBI:

  • Setores de alta tecnologia:
    1. Delphi (automobilística)
    2. Embraer (outros equipamentos de transporte)
    3. Marcopolo (automobilística)

  • Setores de média-alta intensidade tecnológica:
    1. Silvestre Labs (química)
    2. Vallée (química)
    3. Natura (química)

  • Setores de média-baixa intensidade tecnológica:
    1. Brasilata (produtos de metal)
    2. Faber Castell (móveis e diversos)
    3. Usiminas (metalurgia básica)

  • Setores de baixa intensidade tecnológica:
    1. Santista Têxtil (têxtil)
    2. Grendene (calçados)
    3. Rigesa (papel e celulose)



  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.