Com a inauguração da Rede Clara, o Brasil passa a se ligar diretamente com a Europa a uma velocidade de até 622 megabits por segundo
Com a inauguração da Rede Clara, o Brasil passa a se ligar diretamente com a Europa a uma velocidade de até 622 megabits por segundo. A nova rede deverá estimular a colaboração entre instituições latino-americanas e européias de ensino superior e pesquisa
Com a inauguração da Rede Clara, o Brasil passa a se ligar diretamente com a Europa a uma velocidade de até 622 megabits por segundo. A nova rede deverá estimular a colaboração entre instituições latino-americanas e européias de ensino superior e pesquisa
Com a inauguração da Rede Clara, o Brasil passa a se ligar diretamente com a Europa a uma velocidade de até 622 megabits por segundo
Agência FAPESP - Monitorar um telescópio de última geração instalado na Cordilheira dos Andes sem sair de uma sala em São Paulo. Participar no Rio de Janeiro de projetos de computação compartilhada que estão sendo desenvolvidos em Paris. Fazer uma videoconferência entre Brasília e Lisboa sem ter que perder preciosos milissegundos na transmissão, uma vez que os sinais digitais não precisarão mais passar antes pelos Estados Unidos.
Desde segunda-feira (20/9), tais operações poderão ser feitas de forma mais rápida e eficiente. O motivo é a inauguração da Rede Clara (Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas) e do Projeto Alice (América Latina Interconectada com a Europa), iniciativas que contam com financiamento da Comissão Européia.
No caso do Brasil, os mais observadores já devem ter percebido alguma diferença, principalmente se acessam com freqüência serviços que estão ligados aos pontos da rede européia Géant.
"Pela primeira vez, os países da América do Sul estarão conectados por uma rede avançada. Além disso, a conexão com a Europa permite que se abra uma agenda ampla entre essas duas partes do mundo, em termos de colaboração científica", disse Nelson Simões, presidente da Rede Clara, à Agência FAPESP.
Simões é também o diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), sistema de infra-estrutura vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. "Todas as instituições de ensino e pesquisa que fazem parte da RNP – no caso de São Paulo as que participam da Rede Ansp – estão automaticamente no novo sistema", explica o executivo. A Rede Ansp (Academic Network at São Paulo) é um programa especial da FAPESP.
Segundo Simões, nesse primeiro momento foi ativada a conexão entre os pontos de presença da Rede Clara, em Santiago e em São Paulo, e o ponto de presença da Rede Géant em Madri. Esta é a primeira conexão de redes avançadas entre dois países da América Latina e desses com a Europa. A ativação do enlace com o continente europeu foi possível graças ao trabalho do grupo de engenharia de rede da Clara, serviço prestado pelo Centro de Engenharia e Operações da RNP, e ao suporte financeiro da Comissão Européia, por meio do programa Alliance for the Information Society (@lis).
O link para Madri parte de São Paulo e tem capacidade de 622 megabits por segundo (Mbps). A conexão da RNP à Clara se dá através de um link de 155 Mbps. Também por essa velocidade de transmissão estarão ligados os 18 países latino-americanos que fazem parte da rede que estreou esta semana. O objetivo dos idealizadores é interligar pela Clara mais de 700 universidades e centros de pesquisa latino-americanos.
"Até o fim do mês iremos fechar o que chamamos de Grande Anel, aqui na América Latina. Além das duas cidades iniciais, Buenos Aires, na Argentina e Tijuana, no México, também irão se conectar à Clara", afirma Simões.
A previsão é que, em uma terceira etapa, Lima (Peru) e Caracas (Venezuela) também se liguem ao anel, além de cidades na América Central, como conta Simões. O presidente da Clara irá participar nesta quarta (22/9) da primeira videoconferência entre Brasil e Portugal sem a necessidade de que o fluxo de informações passe pelo Estados Unidos.
Mais informações: www.rnp.br/redes/clara
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