Licença polêmica
03 de janeiro de 2005

Decisão recente do Japão de permitir que portadores de epilepsia possam dirigir, desde que estejam há dois anos sem sofrer crises da doença, é avaliada por pesquisadores

Licença polêmica

Decisão recente do Japão de permitir que portadores de epilepsia possam dirigir, desde que estejam há dois anos sem sofrer crises da doença, é avaliada por pesquisadores

03 de janeiro de 2005

 

Agência FAPESP - Diversos países têm regras que restrigem o direito dos portadores de epilepsia de dirigir veículos automotores. Estimativas feitas nos Estados Unidos, entre 1995 e 1997, mostram que 86 motoristas morreram por ano no país por causa de acidentes causados por convulsões epilépticas ao volante.

O Japão, desde 1960 proibia totalmente a concessão de carteiras de motoristas a portadores de epilepsia. Devido a pressões nacionais e internacionais de várias organizações civis, em 2000 a situação mudou. As licenças agora são liberadas para pessoas que estejam há mais de dois anos sem sofrer crises epilépticas.

Um estudo apresentado na edição de dezembro da revista Epilepsia – publicado pela Liga Internacional Contra Epilepsia – faz uma avaliação dessa liberação recente e reabre algumas polêmicas. A pesquisa mostra, por exemplo, que os portadores de epilepsia quase nunca declaram essa característica aos órgãos competentes, entre outros motivos por medo de perderem seus empregos.

Segundo o médico Yushi Inoue, vice-diretor do Centro Nacional de Epilepsia do Japão e principal autor do estudo, a melhor solução para que os portadores da doença possam ter os seus direitos preservados, sem prejudicar as demais pessoas, é aumentar a cooperação entre os cientistas e os responsáveis pelas leis de trânsito.

"Existe também uma importância muito grande de investir em educação para o público em geral, para os parentes das pessoas portadoras e para os próprios profissionais de saúde", disse o pesquisador no estudo.

A concessão da licença desde que exista um histórico recente sem crises é adotada por vários países. O tempo varia de alguns meses até um par de anos. Para Inoue, seria ideal que o paciente considerado apto para dirigir fosse reavaliado com freqüência pela comunidade médica, por meio de laudos.


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