Cientistas brasileiros identificam 23 proteínas da bactéria causadora da leptospirose como as principais candidatas para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença (foto:CDC/NCID/HIP/Janice Carr )
Cientistas brasileiros identificam 23 proteínas da bactéria causadora da leptospirose como as principais candidatas para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença. As substâncias motivaram um pedido de patente, que está em análise nos Estados Unidos
Cientistas brasileiros identificam 23 proteínas da bactéria causadora da leptospirose como as principais candidatas para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença. As substâncias motivaram um pedido de patente, que está em análise nos Estados Unidos
Cientistas brasileiros identificam 23 proteínas da bactéria causadora da leptospirose como as principais candidatas para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença (foto:CDC/NCID/HIP/Janice Carr )
Agência FAPESP - Apesar de muito importante, o encerramento do seqüenciamento do genoma da bactéria Leptospira interrogans sorovar Copenhageni não deixa de ser mais um passo no ainda longo caminho para descobrir uma vacina para o combate à leptospirose.
"O trabalho abriu caminhos importantes", disse Ana Lúcia Tabet Oller do Nascimento, do Instituto Butantan e coordenadora do projeto. "Depois da análise de mais de duas mil proteínas, por meio de ferramentas de bioinformática, chegamos agora a um grupo de 23, todas de superfície e candidatas importantes para o desenvolvimento de uma vacina", explicou a cientista.
Ana Lúcia esteve na terça-feira (6/4), na sede da FAPESP, em São Paulo, para participar de evento que comemorou a publicação do seqüenciamento no Brazilian Journal of Medical and Biological Research e a inclusão da 120ª revista na Scielo, biblioteca eletrônica criada pela parceria FAPESP-Bireme, Centro Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde. A proteína que vive na superfície da bactéria é responsável pela interação com o hospedeiro.
O mapeamento genômico da Leptospira foi realizado com apoio da FAPESP por pesquisadores da rede Organização para Seqüenciamento e Análise de Nucleotídeos (Onsa), mantida pela Fundação, e da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia. A bactéria causa a leptospirose, doença que ataca seres humanos nos países subdesenvolvidos e animais nas nações mais ricas do mundo.
Ana Lúcia não apresentou apenas os resultados científicos do projeto. Um outro documento também ganhou visibilidade. As 23 proteínas motivaram um pedido de patente junto ao Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos. "Fui responsável pelo manuscrito da patente, que foi muito complicado. Lembro que um dos problemas que tivemos, por exemplo, foi em relação aos nomes das 23 protéinas. Não poderiam ser códigos. Com base nos critérios científicos, tivemos que nomear uma a uma", disse.
Como o processo de análise de uma patente é demorado, os cientistas brasileiros não esperam nenhuma resposta antes do próximo ano, mas estão convencidos de que a patente será dada sem maiores transtornos. "O nosso pedido está disponível no site do Escritório de Patentes. Todos podem consultar". O documento, protocolado no dia 5 de fevereiro, está com o registro número 20040022802. O endereço do site é www.uspto.gov.
Se o caminho em busca da proteção total das 23 proteínas é demorado, o da vacina será mais longo ainda. São estudos, testes de laboratórios em roedores, análises e mais análises que deverão demorar cerca de dez anos. "É como procurar uma agulha no palheiro. Mas agora, pelo menos, essa busca pode ser feita com foco, a partir dos resultados que temos até agora", disse Ana Lúcia.
Para ler mais sobre o seqüenciamento do genoma da Leptospira interrogans sorovar Copenhageni, clique aqui..
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