Flora Brasiliensis, de von Martius, que levou mais de meio século para ser concluída, reúne 22.767 espécies de plantas, das quais 19.629 brasileiras e 5.689 novas para a ciência na época
Flora Brasiliensis, de von Martius, que levou mais de meio século para ser concluída, reúne 22.767 espécies de plantas, das quais 19.629 brasileiras e 5.689 novas para a ciência na época
Flora Brasiliensis, de von Martius, que levou mais de meio século para ser concluída, reúne 22.767 espécies de plantas, das quais 19.629 brasileiras e 5.689 novas para a ciência na época
Flora Brasiliensis, de von Martius, que levou mais de meio século para ser concluída, reúne 22.767 espécies de plantas, das quais 19.629 brasileiras e 5.689 novas para a ciência na época
O trabalho é resultado de mais de meio século de dedicação de Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) à organização das descobertas sobre plantas do Brasil realizadas durante viagem do médico e botânico alemão pelo país. O botânico contou com a colaboração dos editores August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban e de outros 65 especialistas de vários países.
Patrocinada pelo imperador da Áustria, Ferdinando I, pelo rei da Baviera, Ludovico I, e pelo imperador do Brasil, Dom Pedro I, a obra teve seu primeiro volume publicado em 1840 e o último em 1906, muitos anos após a morte do autor, em 1868.
A expedição de von Martius, que fez parte da chamada Missão Austríaca, desembarcou em 15 de julho de 1817 no porto do Rio de Janeiro e acompanhava a arquiduquesa Leopoldina, que chegaria em novembro para se casar com o então príncipe D. Pedro.
Com o grupo, que incluiu zoólogos, desenhistas e pintores, o botânico alemão percorreu 10 mil quilômetros do país ao longo de três anos, registrou suas observações e recolheu mais de 20 mil espécies de plantas em quatro dos cinco principais ambientes naturais brasileiros – Cerrado, Caatinga e as florestas Atlântica e Amazônica.
O roteiro da viagem começou nas imediações da Corte do Rio de Janeiro. Em seguida, continuou para São Paulo e Minas Gerais. A expedição cruzou a Bahia, seguindo depois para Pernambuco, Piauí e Maranhão. De navio, rumou para Belém, no Pará, e subiu o rio Amazonas até o Solimões. Dali, o zoólogo Johann Baptiste von Spix (1781-1826) continuou pelo Amazonas até os limites do Peru, enquanto von Martius seguiu pelo rio Japurá até a fronteira com a Colômbia. Os dois se reencontraram e continuaram a viagem pelo rio Madeira.
De volta à Europa, von Martius foi nomeado curador do Jardim Botânico e professor da Universidade de Munique, presenteou o herbário de Munique com 6,5 mil dessas amostras e publicou, com von Spix, os três volumes de Viagens ao Brasil.
Para fazer sua maior obra, Flora Brasiliensis, von Martius coordenou uma equipe de 65 especialistas em botânica. O resultado é um inventário de 22.767 espécies de plantas – 19.629 brasileiras e 5.689 novas para a ciência na época, com texto integralmente em latim.
Ainda que a estimativa atual da diversidade de plantas brasileiras seja de 50 mil espécies, a obra permanece até hoje como o único e mais completo levantamento da flora brasileira, utilizado para identificação de plantas e como referência para estudos em botânica não só do Brasil, mas também de outros países da América do Sul.
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