Estudo realizado no Havaí demonstra que lavas expelidas por grandes vulcões não contêm material originário no centro da Terra (foto: USGS Hawaiian Volcano Observatory)

Lava rasa
20 de janeiro de 2004

Estudo realizado no Havaí demonstra que lavas expelidas por grandes vulcões não contêm material originário no centro da Terra. A descoberta vai ajudar os cientistas a entender como se sustenta o campo magnético do planeta

Lava rasa

Estudo realizado no Havaí demonstra que lavas expelidas por grandes vulcões não contêm material originário no centro da Terra. A descoberta vai ajudar os cientistas a entender como se sustenta o campo magnético do planeta

20 de janeiro de 2004

Estudo realizado no Havaí demonstra que lavas expelidas por grandes vulcões não contêm material originário no centro da Terra (foto: USGS Hawaiian Volcano Observatory)

 

Agência FAPESP - O debate costuma dividir opiniões no campo das ciências da Terra. A descoberta de que a lava dos grandes vulcões do Havaí não se origina no centro do globo poderá derrubar algumas teorias que tentam explicar como o campo magnético do planeta se sustenta ao longo do tempo geológico.

O estudo que demonstra a falta de relação entre os magmas expelidos pelas crateras vulcânicas e o centro da Terra, realizado na Universidade de Bristol, foi publicado na edição de 15 de janeiro da revista Nature.

O magma que se transforma em lava quando chega à superfície, expelido pelos vulcões em altas temperaturas e sob uma grande pressão, pode se originar desde os 3 mil metros de profundidade. Por causa da distância, os pesquisadores acreditavam que materiais provenientes do centro da Terra poderiam ser carregados pelas atividades vulcânicas.

Os cientistas sabem que o movimento do líquido metálico que existe no centro é essencial para a formação do campo magnético, fenômeno que interfere desde a migração dos pássaros até na aviação. A ciência ainda não tem uma explicação completa de como essas atividades magnéticas se sustentaram ao longo das eras geológicas.

A ausência de material proveniente do centro terrestre nas lavas, registrada agora no Havaí, deixou a equipe do cientista Anders Scherstén surpresa e até certo ponto desapontada. O resultado só foi possível pelas investigações das concentrações de um elemento químico.

O tungstênio está presente no material existente no centro da Terra em forma de isótopos que não são registrados em outras partes do planeta. Portanto, ao se investigar a presença dessas substâncias nas lavas expelidas no Havaí, os cientistas acreditavam que encontrariam uma espécie de assinatura química feita pelo material proveniente do centro da Terra. Não foi o que ocorreu. Nenhum traço dos isótopos do tungstênio apareceram nas amostras analisadas.

Apenas agora os cientistas conseguiram desenvolver uma técnica precisa para análise de elementos químicos que seriam provenientes das profundezas. Mas a investigação do centro do planeta continua sendo complexa do ponto de vista metodológico.

Depois dos estudos no Havaí, os pesquisadores da Universidade de Bristol vão tentar descobrir uma outra via entre o centro do planeta, com o seu persistente campo magnético, e a atmosfera.


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