Ilustração do satélite Mirax, que pode ser lançado por foguete indiano (foto: Inpe)

Lançador indiano
05 de fevereiro de 2004

Brasil e Índia começam, em março, as discussões técnicas para o lançamento de satélites científicos brasileiros a partir de foguetes indianos. Cooperação entre os países inclui ainda o desenvolvimento conjunto de aplicações de sensoriamento remoto e de sistemas para coleta de dados

Lançador indiano

Brasil e Índia começam, em março, as discussões técnicas para o lançamento de satélites científicos brasileiros a partir de foguetes indianos. Cooperação entre os países inclui ainda o desenvolvimento conjunto de aplicações de sensoriamento remoto e de sistemas para coleta de dados

05 de fevereiro de 2004

Ilustração do satélite Mirax, que pode ser lançado por foguete indiano (foto: Inpe)

 

Agência FAPESP - O Brasil começa as negociações com a Índia para o lançamento de satélites científicos brasileiros a partir de foguetes indianos. Em março, uma equipe de técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) deve viajar à Índia para o início da parceria.

Segundo a AEB, a comitiva analisará questões orçamentárias, de detalhamento técnico e de cronograma que envolvam a utilização dos foguetes indianos. Uma das tarefas compreende o estudo de datas para as missões, de forma que a finalização dos satélites brasileiros coincida com a grade de lançamentos da Índia.

O acordo faz parte do Programa de Cooperação para 2004, assinado entre os presidentes da AEB, Luiz Bevilacqua, e da Organização de Pesquisa Espacial Indiana (ISRO), G. Madhavan Nair, durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Índia, no final de janeiro.

O primeiro lançamento poderá ocorrer em 2006, quando deverá estar concluído o satélite para estudo da atmosfera equatorial Equars, do Inpe. Outro dos satélites científicos em desenvolvimento pelo instituto é o Monitor e Imageador de Raios X (Mirax).

O objetivo do Equars é fornecer dados sobre a atmosfera na região equatorial, de aspectos como vapor de água e convecção de nuvens, variações de temperatura na estratosfera e geração e propagação de bolhas de plasma, que interferem negativamente nas telecomunicações no Hemisfério Sul.

O projeto Mirax está baseado na observação contínua, por no mínimo nove meses, de uma região no centro da galáxia considerada rica como fonte de raios X. A missão está sendo planejada pelo Inpe em colaboração com a Universidade da Califórnia, em San Diego, e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, ambos dos Estados Unidos, a Universidade de Tuebingen, da Alemanha, e a Organização Holandesa para Pesquisa Espacial.

O acordo Brasil-Índia inclui também a cooperação científica, uma vez que pesquisadores de ambos os países têm interesse em estudos sobre clima espacial, alta atmosfera e estudos ionosféricos. O Brasil deve sediar um workshop para identificação de projetos comuns.

Outros pontos a serem discutidos são o desenvolvimento conjunto e o uso de aplicações de sensoriamento remoto, o rastreio e a engenharia de satélite e o desenvolvimento de sistemas de coleta de dados.


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