Biomphalaria tenagophila (Orbigny, 1835), mesmo gênero do molusco fóssil encontrado em Janaúba. Foto cedida pelo depto. de Malacologia-IOC/Fiocruz
Fósseis de moluscos ajudam pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública a desvendar como era a geografia da cidade de Janaúba, em Minas Gerais, onde teria existido uma lagoa há nove mil anos
Fósseis de moluscos ajudam pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública a desvendar como era a geografia da cidade de Janaúba, em Minas Gerais, onde teria existido uma lagoa há nove mil anos
Biomphalaria tenagophila (Orbigny, 1835), mesmo gênero do molusco fóssil encontrado em Janaúba. Foto cedida pelo depto. de Malacologia-IOC/Fiocruz
A pesquisadora Laïs Clark Lima, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Nacional de Saúde Pública, uma unidade técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pretende verificar, a partir dos fósseis de caramujos, o processo evolutivo das populações humanas em sítios arqueológicos de três Estados brasileiros: Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
"A partir das evidências presentes nas conchas fosséis, é possível desvendar a história do mundo, o comportamento de civilizações antigas, além de descobrir como determinadas doenças foram introduzidas no Brasil", disse Laïs Clark Lima à Agência FAPESP".
Os estudos com esses moluscos de água doce possibilitam descrever o clima e a vegetação de determinadas regiões em tempos históricos, além de identificar costumes e hábitos alimentares de povos primitivos. "A idéia é, por meio dessas provas científicas, alertar a população com relação a problemas diversos como o desmatamento e o consumo excessivo de água", disse Laïs.
Para a pesquisadora, novas ferramentas devem surgir em breve, o que será bastante útil para os estudos com os fósseis. As técnicas de biologia molecular poderão permitir, por exemplo, detectar o DNA de parasitas nas conchas fossilizadas. Com a técnica, será possível identificar caramujos infectados, para descobrir se eles funcionam ou não como vetores de doenças. "Com a evolução dos estudos utilizando técnicas de DNA em conchas antigas, será possível descobrir como uma doença foi introduzida no País e como se disseminou pelas regiões", disse.
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