Foto: Miguel Boyayan

Laboratórios industriais
15 de julho de 2003

Brito Cruz, reitor da Unicamp, defende na 55ª SBPC que a pesquisa tecnológica deve ser feita nas empresas e não nas universidades, que devem avançar no conhecimento e formar recursos humanos de alta competência

Laboratórios industriais

Brito Cruz, reitor da Unicamp, defende na 55ª SBPC que a pesquisa tecnológica deve ser feita nas empresas e não nas universidades, que devem avançar no conhecimento e formar recursos humanos de alta competência

15 de julho de 2003

Foto: Miguel Boyayan

 

Por Maria da Graça Mascarenhas, do Recife


(Agência FAPESP) - Falando sobre a universidade, a empresa e a pesquisa, no simpósio Desafios da Inovação no Sistema Produtivo Nacional, na 55ª Reunião Anual da SBPC, Carlos Henrique de Brito Cruz, reitor da Universidade Estadual de Campinas e membro do Conselho Superior da FAPESP, defendeu que a pesquisa tecnológica devem ser feita nas empresas e não nas universidades. A estas cabe o importante papel de avançar no conhecimento e formar recursos humanos de alta competência para atuar nas empresas.

De acordo com Brito Cruz, o Brasil, nos últimos 50 anos, desenvolveu uma capacidade de pesquisa extraordinária. O número de doutores passou de 400 a 500, em 1980, para 6.000, em 2000, o que foi acompanhado pelo aumento da produção científica, medida pelo número de artigos científicos publicados. "Isto não aconteceu por acaso. Houve uma política de Estado para que isto acontecesse", disse.

O aumento da produção científica, entretanto, não foi acompanhado do aumento do número de patentes nem da incorporação de pesquisadores pelas empresas. Dos cerca de 125 mil pesquisadores no Brasil, 72% encontram-se nas universidades e apenas 23% nas empresas.

"O maior desafio para o sistema de ciência e tecnologia brasileiro e para a capacidade econômica industrial do país é aumentar o investimento das empresas em pesquisa tecnológica", assinalou. Isto pode ser feito pela maior interação com a universidade e por mais esforço próprio.

"A interação não é fácil pelas diferenças intrínsecas de missão e objetivos da universidade e das empresas. Cabe, então, o apoio do Estado para a empresa realizar pesquisa, subsídio permitido inclusive pela organização Mundial do Comércio", destacou Brito Cruz.


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