Quinto episódio da série Diário de Bordo mostra a infraestrutura de pesquisa disponível no navio de pesquisa Marion Dufresne (imagem: reprodução)

Laboratórios ‘flutuantes’ permitem fazer análises iniciais durante a expedição científica Amaryllis
07 de julho de 2023

Quinto episódio da série Diário de Bordo mostra a infraestrutura de pesquisa disponível no navio de pesquisa Marion Dufresne

Laboratórios ‘flutuantes’ permitem fazer análises iniciais durante a expedição científica Amaryllis

Quinto episódio da série Diário de Bordo mostra a infraestrutura de pesquisa disponível no navio de pesquisa Marion Dufresne

07 de julho de 2023

Quinto episódio da série Diário de Bordo mostra a infraestrutura de pesquisa disponível no navio de pesquisa Marion Dufresne (imagem: reprodução)

 

Elton Alisson* | Agência FAPESP – Além dos enormes equipamentos para extração dos sedimentos marinhos, o navio de pesquisa Marion Dufresne tem laboratórios com diferentes finalidades, nos quais são analisadas, de modo preliminar e em tempo real, as amostras de sedimentos e de água do oceano coletadas durante a expedição científica Amaryllis.

O quinto episódio da série jornalística Diário de Bordo, publicado hoje (07/07) pela Agência FAPESP, mostra como funcionam esses laboratórios “flutuantes” e que tipos de análises são feitas neles.

No primeiro laboratório, as sequências de sedimentos obtidos por meio de dois dos principais equipamentos do navio – o CaSq e o Calypso – são recobertas com filme plástico e submetidas às primeiras análises, começando pelas medidas de espectrofotometria. Nesse tipo de análise, é emitido um pulso de luz no sedimento, que será absorvido ou refletido pelo material. A partir do padrão de reflexão e dos comprimentos das ondas refletidas é possível determinar variações na composição dos sedimentos ou na estrutura da seção sedimentar.

Depois disso, a amostra segue para a análise de fluorescência por raios X, feita com um equipamento que emite um feixe de radiação ionizante que altera a distribuição dos elétrons dos átomos do material. A partir do padrão de fluorescência emitido, é possível determinar a composição química da amostra.

Em outro laboratório, próximo ao deque do navio, as amostras são analisadas por três sensores, que analisam a suscetibilidade magnética, a velocidade de propagação de ondas sísmicas e a atenuação de raios gama. O conjunto de sensores fornece dados iniciais das propriedades físicas do sedimento, como a porosidade.

Outra propriedade analisada nos sedimentos é a luminescência – a luz que o material emite quando estimulado por outra forma de luz. Por meio de um método desenvolvido pelo professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Vinícius Ribau Mendes no âmbito de um projeto apoiado pela FAPESP na modalidade Projeto Inicial, é possível entender, a partir das amostras de sedimentos marinhos, como a chuva variou no continente ao longo do tempo.

Em paralelo ao estudo dos sedimentos, também são feitas, em um terceiro laboratório no navio, análises de parâmetros físicos da água coletada do oceano por meio de um equipamento chamado CTD – sigla em inglês de conductivity, temperature and depth (condutividade, temperatura e profundidade –, além de isótopos estáveis de hidrogênio e de oxigênio, radiocarbono e fluorescência.

O trabalho feito a bordo do navio Marion Dufresne será concluído nos próximos anos, em laboratórios de universidades e instituições de pesquisa no Brasil e na Europa, onde serão feitas análises mais refinadas dos materiais coletados.

A série completa ficará disponível em: https://agencia.fapesp.br/diario-de-bordo.

* O repórter viajou a convite do Centro Nacional de Pesquisa (CNRS) da França.
 

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