Kubota, do Instituto de Química da Unicamp
Os biossensores estão mais próximos do mercado. Lauro Kubota (foto) e pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp desenvolvem protótipos para aplicações diversas, como estudos ambientais ou sistemas de identificação de doping em atletas
Os biossensores estão mais próximos do mercado. Lauro Kubota (foto) e pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp desenvolvem protótipos para aplicações diversas, como estudos ambientais ou sistemas de identificação de doping em atletas
Kubota, do Instituto de Química da Unicamp
Agência FAPESP - Os biossensores são dispositivos simples, capazes de medir em tempo real a presença de determinadas substâncias químicas no sangue, urina, medicamentos, alimentos e até mesmo no meio ambiente. Agora, com o desenvolvimento das pesquisas realizadas no Instituto de Química da Unicamp, eles estão mais próximos de chegar ao mercado. Os biossensores são resultados de um projeto temático apoiado pela FAPESP desde 1995.
Para o professor Lauro Tatsuo Kubota, do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), esses aparelhos apresentam resultados tão confiáveis quanto os obtidos por equipamentos dos grandes laboratórios de análises clínicas. Alguns têm demonstrado desempenho até superior ao dos equipamentos tradicionais
Centrada no estudo da aplicação de biossensores para diferentes fins, a equipe coordenada por Kubota está desenvolvendo diversos protótipos. Um deles foi utilizado com êxito em pesquisas ambientais para medir o nível de substâncias tóxicas em leitos de rios, como a presença de compostos fenólicos ou organoclorados provenientes de indústrias. "Na área ambiental, o componente biológico presente nos biossensores conseguiu detectar com mais precisão as diferentes substâncias na água dos rios analisados", disse Kubota à Agência FAPESP.
A equipe da Unicamp também está desenvolvendo biossensores para identificar casos de doping e para melhorar a avaliação física de atletas. A idéia é monitorar o nível de substâncias que combatem os radicais livres no sangue. Segundo os pesquisadores, o dispositivo tem a capacidade de oferecer um quadro preciso da condição física do atleta durante o treinamento
Para Nelci Fenalti Hoehr, professora do Departamento de Patologia Clínica da Faculdade de Ciências Médicas, também da Unicamp, os biossensores ainda são dispositivos pouco conhecidos no mercado de exames em geral. "Apesar de existirem aparelhos de grande porte que incorporaram a tecnologia, os biossensores ainda não são bem aceitos no mercado".
Nelci acredita que isso se deve à falta de um formato único para os dispositivos. "A aceitação no comércio fica um pouco comprometida, pois esteticamente os biossensores ainda não possuem um padrão. Faltam empresas interessadas em desenvolver um formato ideal aos diferentes tipos de aparelhos criados, para que possam ser comercializados", disse Nelci.
A equipe do Instituto de Química da Unicamp está trabalhando na definição de padrões para os biossensores. "Nossa preocupação não é comercializar, mas oferecer os protótipos a empresas interessadas em investir nessa nova tecnologia", disse Kubota.
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