Projeto Grid Educacional é lançado na sede da FAPESP. Objetivo é disponibilizar uma ampla infra-estrutura computacional de alto desempenho voltada ao treinamento e qualificação de recursos humanos no Estado de São Paulo (foto: T. Romero)

Laboratório distribuído
07 de novembro de 2008

Projeto Grid Educacional é lançado na sede da FAPESP. Objetivo é disponibilizar uma ampla infra-estrutura computacional de alto desempenho voltada para o treinamento e qualificação de recursos humanos no Estado de São Paulo

Laboratório distribuído

Projeto Grid Educacional é lançado na sede da FAPESP. Objetivo é disponibilizar uma ampla infra-estrutura computacional de alto desempenho voltada para o treinamento e qualificação de recursos humanos no Estado de São Paulo

07 de novembro de 2008

Projeto Grid Educacional é lançado na sede da FAPESP. Objetivo é disponibilizar uma ampla infra-estrutura computacional de alto desempenho voltada ao treinamento e qualificação de recursos humanos no Estado de São Paulo (foto: T. Romero)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Um laboratório virtual voltado para atividades de pesquisa e qualificação de recursos humanos na área de computação de alto desempenho foi lançado na manhã desta quinta-feira (6/11), na sede da FAPESP, na capital paulista.

Nomeado Grid Educacional, o projeto reúne seis universidades paulistas por meio de uma infra-estrutura comum de processamento de dados que permitirá a estudantes e pesquisadores fazer treinamentos de construção e operação de sistemas computacionais interligados.

O projeto tem coordenação do Centro Regional de Análise de São Paulo (Sprace), entidade localizada no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) que reúne profissionais de várias instituições de ensino e pesquisa do país no estudo da física de altas energias.

Participam do Grid Educacional as universidades Estadual Paulista (Unesp), de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp), Federal do ABC (UFABC) e Federal de São Carlos (UFSCar), além da Universidade Internacional da Flórida, nos Estados Unidos. Os equipamentos utilizados pelo projeto foram doados pelas empresas Intel, Kingston, Seagate e SGI. A importação do maquinário foi financiada pela FAPESP.

O projeto prevê a instalação de dois servidores em cada uma das seis instituições de ensino. O diferencial do Grid Educacional, no entanto, é a otimização do uso desses servidores a partir de técnicas modernas de virtualização.

“Cada dois servidores físicos serão virtualizados para simular todos os serviços oferecidos por um cluster [aglomerados de computadores] visando a beneficiar amplamente a comunidade científica do Estado de São Paulo“, disse Sérgio Ferraz Novaes, coordenador do Sprace e professor do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), à Agência FAPESP.

“Essas máquinas não irão rodar processos pesados, por isso não necessitam de alta capacidade de processamento e armazenamento. Por serem virtuais, elas devem apenas representar o funcionamento de um cluster”, explica. “A área de processamento de alto desempenho é relativamente nova e ainda conta com pouquíssima capacitação no Brasil.”

Segundo Novaes, a idéia de permitir que cada servidor acomode diversos outros “servidores virtuais”, multiplicando a quantidade total de máquinas disponíveis, que poderão ser acessadas em sites na internet, foi baseada no conceito conhecido como Grid-in-a-box.

“Com essa arquitetura simulada, o objetivo do projeto é treinar estudantes para a criação de uma base sólida de recursos humanos, de modo a possivelmente ampliar essa estrutura computacional para outras universidades do Estado”, explica Novaes.

Sabe-se que o uso dessa metodologia de compartilhamento de infra-estrutura computacional para fins de treinamento é mais econômica à medida que evita a aquisição e manutenção de um conjunto maior de servidores físicos, reduzindo o custo total do sistema.

Toda essa arquitetura de processamento envolverá inicialmente cinco sites no Estado de São Paulo, que são conectados com a rede KyaTera, apoiada pela FAPESP. A conexão da comunidade científica paulista com a dos Estados Unidos ocorrerá por meio do WHREN-LILA, mantida por uma parceria entre a National Science Foundation e a FAPESP.

Sérgio Novaes contextualiza a computação de alto desempenho mencionando as análises realizadas no maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC), localizado em um túnel circular com 27 quilômetros de extensão no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês), em Genebra.

“Os estudos vinculados ao LHC sempre demandaram processamento de alto desempenho. Foram os pesquisadores vinculados ao acelerador de partículas que impulsionaram as tecnologias de computação em grid pelo mundo”, explica Novaes. “Devido aos processamentos dos dados gerados pelo LHC conduzidos pela Unesp, nos sentimos na obrigação de disseminar o conhecimento adquirido para outras universidades do Estado de São Paulo”, conta.

A primeira iniciativa em prol da disseminação desses conhecimentos obtidos no LHC foi a criação, em junho deste ano, do Programa de Integração da Capacidade Computacional da Unesp (GridUnesp) GridUnesp.

Um dos estudos realizados na Unesp se deu por conta do projeto temático Física experimental de anéis de colisão: SP-Race e HEP Grid-Brasil, desenvolvido pela equipe de Sérgio Novaes com apoio da FAPESP, por meio de um Projeto Temático, trabalho cujos resultados deram origem ao Projeto Grid Educacional agora lançado.

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