Depois de analisar os lotes de 3,6 mil famílias assentadas pelo Incra em São Paulo, pesquisadores da Unesp lançam livro com recomendações para a correção do solo com calcário e outros nutrientes, em função das culturas plantadas

Laboratório de 69 mil hectares
14 de maio de 2007

Depois de analisar os lotes de 3,6 mil famílias assentadas pelo Incra em São Paulo, pesquisadores da Unesp lançam livro com recomendações para a correção do solo com calcário e outros nutrientes, em função das culturas plantadas

Laboratório de 69 mil hectares

Depois de analisar os lotes de 3,6 mil famílias assentadas pelo Incra em São Paulo, pesquisadores da Unesp lançam livro com recomendações para a correção do solo com calcário e outros nutrientes, em função das culturas plantadas

14 de maio de 2007

Depois de analisar os lotes de 3,6 mil famílias assentadas pelo Incra em São Paulo, pesquisadores da Unesp lançam livro com recomendações para a correção do solo com calcário e outros nutrientes, em função das culturas plantadas

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – O trabalho teve início em 2005, com o mapeamento da fertilidade dos solos dos 55 assentamentos rurais sob a administração do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no estado de São Paulo.

O encerramento, no começo de 2007, foi marcado pelo lançamento de um livro e pela entrega, a 3,6 mil famílias assentadas em 38 municípios, de cerca de 10 mil toneladas de calcário para correção do solo.

Trata-se do programa Desenvolvimento e capacitação de agricultores no uso de técnicas para correção do solo em assentamentos rurais, conduzido pela Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com a Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) e com o Incra.

O objetivo do projeto foi realizar um diagnóstico da fertilidade do solo, o que inclui a prescrição da quantidade exata de calcário a ser aplicada em cada lote de terra, o teor de nutrientes e a condição química ideal para as culturas mais freqüentes nos assentamentos.

"Uma equipe de 15 pesquisadores percorreu, em dois anos, cerca de 40 mil quilômetros para mostrar aos agricultores a importância do solo na agricultura", disse Osmar de Carvalho Bueno, coordenador-geral do projeto e professor do Departamento de Gestão e Tecnologia Agroindustrial da FCA, à Agência FAPESP.

"Cerca de 15 mil pessoas foram beneficiadas, pelos trabalhos de conscientização ou pela distribuição de calcário. A área total dos assentamentos analisados foi de 69 mil hectares", afirmou Bueno. A partir das amostras de solos coletadas pelos próprios assentados foram realizadas cerca de 7,1 mil análises nos laboratórios do Departamento de Recursos Naturais da FCA, uma média de duas amostras por família.

Os resultados do programa estão no livro Mapa de Fertilidade dos Solos de Assentamentos Rurais do Estado de São Paulo, que foi distribuído a órgão públicos estaduais e federais vinculados ao Incra. A obra traz recomendações para a correção do solo com calcário e outros nutrientes, em função das culturas produzidas por cada família assentada.


Correção da acidez

Segundo Bueno, o calcário é utilizado para corrigir a acidez do solo. "Essa correção é feita para que o solo fique em condições de assimilar os nutrientes que serão adicionados durante o plantio de culturas agrícolas, por meio de adubação química ou orgânica", destacou.

Para que a planta também assimile os nutrientes do solo, o pH deste não pode estar muito ácido. O calcário equilibra o pH do solo, cujos valores variam de cultura para cultura. "O livro traz uma série de mapas da fertilidade de cada assentamento, com informações não apenas sobre o calcário, mas a respeito de outros elementos, como fósforo, potássio, cálcio e magnésio", disse.

A proposta é que a publicação sirva como subsídio às intervenções de gestores de políticas públicas, de modo a melhorar a produtividade agrícola e promover a geração de emprego e de renda para as famílias assentadas.

"Os conceitos das ciências sociais e agrárias se encontram, ou seja, terra e solo são faces da mesma moeda. Os assentados lutam pela terra e, quando a conquistam, ela vira solo. Todas essas famílias estudadas ainda não têm a propriedade da terra e nem do solo. Elas estão cuidando de um patrimônio público da sociedade brasileira", disse o pesquisador.

O livro está sendo distribuído pelo escritório do Incra na capital paulista a órgãos públicos estaduais e federais, além de entidades vinculadas às lideranças dos principais movimentos sociais envolvidos com a questão rural no país.

Mais informações sobre o livro: osmar@fca.unesp.br


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