Montar uma seleção mais integrada, com defesa, meio-campo e ataque fortes é o desafio brasileiro para que o sistema nacional de ciência e tecnologia produza resultados significativos. Evento em São Paulo, organizado pelo IPT, discutiu estratégias para a vitória
Montar uma seleção mais integrada, com defesa, meio-campo e ataque fortes é o desafio brasileiro para que o sistema nacional de ciência e tecnologia produza resultados significativos. Evento em São Paulo, organizado pelo IPT, discutiu estratégias para a vitória
Agência FAPESP - A comparação futebolística é de Guilherme Ary Plonski, diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Para ele, sem uma equipe forte para a disputa do jogo da inovação, os resultados serão mais difíceis de serem alcançados.
"O grande desafio, nesse campo, é jogar em equipe", explicou Plonski à Agência FAPESP. O IPT, que organizou o workshop Sistemas de Apoio à Formulação de Políticas Públicas de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I), na semana passada em São Paulo, é um dos titulares da seleção brasileira de inovação.
"As empresas privadas são os atacantes. São elas que fazem gol. Sem dúvida, precisamos fazer com que exista um condicionamento físico maior por parte desses atletas. Eles têm que jogar mais", admite o diretor do IPT.
O setor público também precisa ser cada vez mais fortalecido na visão de Plonski. "Não podemos descuidar do goleiro e da defesa. Essas partes do time também são fundamentais", argumenta.
Segundo os especialistas internacionais presentes no evento de São Paulo – Hungria, Reino Unido, União Européia, Tailândia, África, Estados Unidos e Coréia do Sul estiveram representados –, a maior presença do setor privado no sistema de C,T&I brasileiro é um dos nós que precisam ser desatados. "As ligações entre os diversos setores do time são importantes", disse Plonski.
As conclusões dos debates apresentadas por Marcos Rocha de Avó, do Observatório de Tecnologia e Inovação do IPT, no encerramento do evento revelam que outros pontos nevrálgicos devem ser considerados. "A interação entre os formuladores de políticas públicas e os diversos sistemas de apoio tem que ser maior. Os exemplos internacionais mostram que não existe uma solução única", afirmou.
Para Plonski, o exemplo vindo da Coréia do Sul é emblemático para mostrar a necessidade de se olhar de forma sistêmica para a questão da inovação tecnológica. A estratégia sul-coreana para fortalecer a equipe foi colocar o vice-primeiro-ministro do país como comandante da seleção. "Ele coordena tudo. Isso mostra como C,T&I atingem diversas áreas ao mesmo tempo", disse.
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