Antes das ações populares, 90% dos pântanos estavam condenados
(foto:Unesco)
Depois de terem sido drenados durante a Guerra do Golfo de 1991, os pântanos do Iraque quase desapareceram. Após ações locais terem evitado o colapso total do ambiente, a ONU resolve criar um programa para a recuperação da região
Depois de terem sido drenados durante a Guerra do Golfo de 1991, os pântanos do Iraque quase desapareceram. Após ações locais terem evitado o colapso total do ambiente, a ONU resolve criar um programa para a recuperação da região
Antes das ações populares, 90% dos pântanos estavam condenados
(foto:Unesco)
Todas as intervenções a serem realizadas no local, que tentarão dar vida nova ao importante ambiente úmido, serão baseadas em tecnologias ambientalmente saudáveis. Seis projetos receberão um total de US$ 11 milhões, de um fundo do governo japonês.
Além da preocupação ambiental, as técnicas deverão resultar na oferta de água potável e saneamento básico às 85 mil pessoas que vivem na região. A nova fase do projeto de recuperação ambiental dos pântanos iraquianos foi anunciada no último dia 21, em reunião da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em Nova York.
De forma geral, existem dois focos principais em todos os projetos. Além da recuperação dos bancos de vegetação típicos do local, serão instalados equipamentos de baixo impacto ambiental para a filtragem da água disponível. O manejo na região, acreditam os pesquisadores, precisa ser inspirado na experiência dos babilônicos e sumérios, que chegaram na região há 5 mil anos.
A iniciativa da ONU de recuperar a região entre os rios Tigre e Eufrates existe desde 2001. Imagens de satélites obtidas naquele ano mostraram que 90% dos pântanos estavam condenados a secar de forma definitiva. Em 1991, durante a Guerra do Golfo, o regime de Saddam Hussein protagonizou uma grande drenagem de toda a área. A ordem foi dada com o objetivo de evitar que inimigos do regime ficassem escondidos no pântano.
Com a queda de Hussein, em meados de 2003, a própria população local começou a reabrir os canais para que a água voltasse a circular livremente pela região. Segundo os mais recentes cálculos dos técnicos, 50% da área, que tem 6 mil quilômetros quadrados, está com água em suas redes novamente. A ONU, com projetos tecnológicos de baixo impacto, espera que 100% dos ‘Jardins do Éden’ voltem a lembrar os tempos bíblicos – ainda que vagamente – nos próximos anos.
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