Especialistas defendem em evento realizado em São Paulo o investimento estrangeiro, a presença do Estado e a necessidade de transformar o conhecimento em novas tecnologias que melhorem a produtividade e competitividade da economia brasileira
Especialistas defendem em evento realizado em São Paulo o investimento estrangeiro, a presença do Estado e a necessidade de transformar o conhecimento em novas tecnologias que melhorem a produtividade e competitividade da economia brasileira
Agência FAPESP - Aprofundar as relações políticas, econômicas e sócio-culturais entre Portugal e os países do Mercosul foi o objetivo do Fórum Euro-Latino-Americano, que aconteceu nesta segunda-feira (15/09) na sede da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp-Ciesp), na capital paulista.
Os participantes do fórum, resultado da parceria entre o Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais (IEEI), de Lisboa, e o Instituto Roberto Simonsen (IRS), da Fiesp-Ciesp, refletiram sobre o atual espaço da inovação nos processos de integração regional e no desenvolvimento, partindo de análises comparativas das experiências da União Européia e do Mercosul, em escala regional, e de Portugal e Brasil, em nível nacional.
"A competitividade de uma nação é a competitividade de suas empresas", afirmou Francisco Romeu Landi, diretor presidente FAPESP, defendendo a construção de políticas eficientes por meio de instituições públicas, que, segundo ele, "precisam existir para que se criem condições adequadas de facilitar a inovação nas empresas".
Para Landi, a inovação é parte fundamental do ideário do planejamento estratégico das nações. "Não se trata apenas de uma questão tecnológica. A inovação é parte de um sistema em que a tecnologia é indispensável e exige mudanças sociais, econômicas e políticas, além de uma eficiente articulação entre universidades, empresas e governos", disse.
Outro participante do fórum, Ruy Martins Altenfelder Silva, presidente do Instituto Roberto Simonsen, afirmou ser preciso transformar o conhecimento em novas tecnologias que melhorem a produtividade e absorvam a mão-de-obra disponível. "O avanço tecnológico concentrou-se mais em processos do que em produtos, que continuam apresentando poucas inovações, reduzindo a rentabilidade sobre o capital, além de limitar o potencial de exportação", disse Altenfelder Silva.
Para ele, todas as cadeias da indústria, agronegócio, agricultura, mineração e serviços em geral devem ser objetos de mobilização para competitividade, de modo que sejam identificadas as possibilidades viáveis de expansão das exportações e de substituição competitiva de importações, tendo em vista as potencialidades da integração comercial da América do Sul, com o fortalecimento do Mercosul.
"Devemos considerar as possibilidades de acordo com a Alca, com a União Européia e com parceiros não tradicionais. Sem essa participação, não se desenvolverão núcleos de progresso tecnológico capazes de afirmar marcas, criar novos produtos e gerar atividades e empregos de elevada qualificação", disse. "Para isso, não se recomenda qualquer restrição ao investimento direto estrangeiro que, ao contrário, deve continuar sendo atraído e bem recebido para que sejam fortalecidas as empresas nacionais."
Para Landi, no mercado globalizado é essencial que as negociações sejam conduzidas em cooperação e em competição, uma vez que a interdependência das economias e dos mercados de capitais dificulta cada vez mais uma política genuinamente nacional. "Uma característica importante de todos os países que se destacam na inovação é a forte presença do Estado, na criação de formas de estímulo para que as empresas possam continuar se expandindo", disse.
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