Cietec realiza evento em homenagem ao apoio da FAPESP nas empresas incubadas. Destaque para o retorno dos recursos públicos na forma de impostos, que chegará a R$ 6 milhões em 2006

Investimentos férteis
06 de dezembro de 2006

Cietec realiza evento em homenagem ao apoio da FAPESP nas empresas incubadas. Destaque para o retorno dos recursos públicos na forma de impostos, que chegará a R$ 6 milhões em 2006

Investimentos férteis

Cietec realiza evento em homenagem ao apoio da FAPESP nas empresas incubadas. Destaque para o retorno dos recursos públicos na forma de impostos, que chegará a R$ 6 milhões em 2006

06 de dezembro de 2006

Cietec realiza evento em homenagem ao apoio da FAPESP nas empresas incubadas. Destaque para o retorno dos recursos públicos na forma de impostos, que chegará a R$ 6 milhões em 2006

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Recursos federais e estaduais são investidos em empresas para que elas possam se diferenciar no mercado competitivo, ao receberem orientação para o aprimoramento e comercialização de seus produtos e serviços tecnológicos. Por outro lado, os cofres públicos conseguem o retorno dos investimentos por meio da arrecadação de impostos.

Os indicadores dessa fórmula de sucesso foram apresentados durante o Café Tecnológico FAPESP, na terça-feira (5/12), no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), na capital paulista. A Fundação foi homenageada por conta dos investimentos da ordem de R$ 12,2 milhões, no período de 2002 a novembro de 2006, em projetos de 75 empresas ligadas à incubadora.

"As empresas incubadas no Cietec terão um faturamento de R$ 28,7 milhões em 2006. Muitas delas foram criadas há menos de três anos e pagarão este ano cerca de R$ 6 milhões de impostos ao governo", ressaltou Cláudio Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo do Cietec. "Isso evidencia a preocupação dos órgãos públicos com a apropriação tecnológica pelo setor produtivo", disse ele, que é também superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

Rodrigues fez uma comparação entre os gastos anuais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) no Cietec e os impostos pagos pelas 116 empresas da incubadora. "Os R$ 6 milhões em impostos superam em mais de seis vezes os investimentos anuais do Sebrae para o custeio das atividades administrativas do Cietec, de R$ 970 mil em 2006", disse Rodrigues à Agência FAPESP. "Além de retornar o dinheiro investido à sociedade, as empresas do Cietec são importantes geradoras de emprego e renda."

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, ressaltou o esforço contínuo da Fundação para o desenvolvimento científico e tecnológico em São Paulo, baseado não apenas na capacidade acadêmica instalada no Estado, mas, em especial, no incentivo às empresas que incorporam o conhecimento como base de seus planos de negócio.

"Os principais países aprenderam a lição. O que verdadeiramente cria desenvolvimento é o conhecimento, é saber descobrir coisas novas. No Brasil, temos ainda alguns desafios a superar, pois muita gente persegue as taxas de juros e o superávit primário para tentar fabricar desenvolvimento", disse Brito Cruz. "O conhecimento é fabricado pelas boas idéias. Por isso, fico extremamente orgulhoso em saber que as empresas do Cietec têm feito esse papel de maneira exemplar."

Na opinião dele, a FAPESP criou um novo paradigma de financiamento à pesquisa no Brasil com o advento do Programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe). "Desde o início do programa, em 1998, a Fundação financiou perto de 540 pequenas empresas. Se fizermos uma média, teremos uma empresa financiada por semana, com recursos não reembolsáveis que podem chegar a R$ 500 mil", lembrou.

Brito Cruz destacou ainda a importância da conquista de mercados externos pelas empresas nacionais. "O lugar para fazer o desenvolvimento de empresas baseadas em conhecimento é o mundo. O Estado de São Paulo é muito pequeno quando comparado às dimensões do mercado global. O mundo está ávido por boas idéias e, em alguns casos, as inovações brasileiras são mais valorizadas por outros países."

Durante o Café Tecnológico FAPESP, oito das 75 empresas que receberam verbas da Fundação apresentaram suas inovações tecnológicas. Entre elas está a Central Rã, que desenvolve medicamentos antiinflamatórios para agressões na pele utilizando substâncias extraídas do intestino das rãs e a Laser Tools, que fabrica stents coronarianos, usados para desobstruir veias ou artérias.


Parceria em microeletrônica

Um acordo de cooperação técnico-científica entre o Cietec e a Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-Tec), vinculada à Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), foi formalizado no evento. O objetivo é, por meio de editais que serão lançados a partir de 2007, selecionar empresas para a incubadora que tenham interesse em desenvolver novas tecnologias nas áreas de semicondutores e sistemas integrados.

"O paradigma da microeletrônica foi modificado com o advento dos chips, que estão sendo utilizados em lugares inimagináveis, desde aplicações em vestuário e calçados até em animais e agricultura de precisão para o monitoramento da terra", disse João Antonio Zuffo, presidente do LSI-Tec, à Agência FAPESP.

Essa parceria com o Cietec, segundo Zuffo, representa uma oportunidade única para o aumento da competitividade da indústria brasileira em projetos estratégicos para o país. "A TV digital será uma das áreas de destaque para criarmos produtos de alto valor agregado. Os terminais de acesso demandam chips de diferentes tipos e temos que nos especializar nesse setor", disse.


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