Inteligência militar
31 de outubro de 2005

Pesquisador da Universidade Federal de São Carlos resgata as mudanças no exército brasileiro desde 1980. A fase atual estaria dividida em três doutrinas estratégias: alfa, delta e gama

Inteligência militar

Pesquisador da Universidade Federal de São Carlos resgata as mudanças no exército brasileiro desde 1980. A fase atual estaria dividida em três doutrinas estratégias: alfa, delta e gama

31 de outubro de 2005

 

Por Eduardo Geraque, de Caxambu

Agência FAPESP - Nos últimos 25 anos da vida nacional, as Forças Armadas passaram por muitas transformações. Antes disso, além da função básica de proteger o território nacional, elas até chegaram a governar politicamente o país.

Com base em revistas acadêmicas de livre acesso, como A Defesa Nacional, Carlos Eduardo de Melo Viegas da Silva, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), resolveu resgatar o pensamento estratégico das forças terrestres brasileiras desde 1980 e conseguiu identificar três fases principais de transformações.

"No fim dos anos 1980 podemos observar uma primeira mudança", conta o pesquisador. Com a chegada da globalização, o exército brasileiro alimentou com mais força o processo de reengenharia. As rotinas para melhorar os processos de funcionamento das diversas instâncias foram bastante alteradas.

Durante a guerra do Golfo, mais um ponto de inflexão. Essa segunda fase do pensamento estratégico militar nacional duraria apenas de 1990 a 1993. No período, as manobras e o comportamento militar norte-americano no Oriente Médio chamaram muito a atenção dos militares brasileiros, que acompanharam com atenção tudo o que ocorreu no conflito armado.

Desde 1994, novas situações surgiram. Entre elas, a grande importância que passou a ser dada à Amazônia. Segundo Viegas da Silva, existe nessa fase atual três doutrinas estratégicas em vigor: alfa, delta e gama. Enquanto a primeira diz respeito ao controle do território brasileiro, para que a estabilidade seja sempre mantida, a segunda foi desenvolvida para os chamados conflitos convencionais. "A gama é direcionada apenas à Amazônia", explica o pesquisador da UFSCar.

Dentro desse pensamento estratégico, várias situações são imaginadas, inclusive uma em que o inimigo possa vir a ter um poderio bélico mais poderoso. "Nesse caso, até estratégias de guerrilha poderão ser desencadeadas para defender a Amazônia", conta Viegas da Silva.


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