Para comemorar o centenário, instituição realiza seminário sobre raiva. O evento, que acontece de terça (5/8) a quinta-feira, contará com especialistas nacionais e internacionais da área de microbiologia
Para comemorar o centenário, instituição realiza seminário sobre raiva. O evento, que acontece de terça (5/8) a quinta-feira, contará com especialistas nacionais e internacionais da área de microbiologia
Agência FAPESP - Cem anos depois, o casarão ainda resiste na Avenida Paulista. O Instituto Pasteur de São Paulo foi fundado em 1903, como uma instituição privada de caráter científico e humanitário. Passou para o Governo do Estado em 1916 e seu segundo diretor-presidente, Antonio Carini, foi o responsável pela projeção nacional que o instituto teve na primeira metade do século passado.
A linha de pesquisa sempre foi a de colaborar com a saúde pública da cidade e do Estado. Dentro desse universo, as pesquisas sobre a raiva foram as que receberam maior atenção desde o início. A doença, depois de 100 anos, ainda mata pessoas no Brasil, apesar de a incidência ser bastante reduzida e ela estar controlada. Nos últimos dois anos apenas um caso humano foi registrado no Estado de São Paulo.
Segundo a diretora do Instituto Pasteur, Neide Takaoka, o perfil das pesquisas mudou nos últimos anos. "Estamos estudando os reservatórios animais e não estamos mais presos apenas à raiva", disse à Agência FAPESP.
De acordo com a pesquisadora, o instituto recebeu recentemente, por exemplo, amostras do sistema nervoso de cavalos, para investigar a possibilidade da ocorrência no país da "febre do Oeste do Nilo", que afeta cavalos na África. Em termos de raiva, o grande problema hoje está entre os animais silvestres, como os morcegos hematófogos.
Como forma de prestação de serviço, o Instituto Pasteur realiza três atividades principais atualmente. Além do diagnóstico virológico, os pesquisadores realizam ainda a sorologia para avaliação de anticorpos anti-rábicos. A instituição paulista também oferece atendimento ambulatorial.
Para comemorar o centenário, o Instituto Pasteur de São Paulo resolveu organizar um simpósio. O tema não poderia ser outro: "História e o combate à raiva". As duas palestras de abertura pretendem tratar da história do instituto e também do próprio cientista que inspirou a criação do centro. O francês Noël Tordo, do Instituto Pasteur de Paris, abrirá o evento com a apresentação "A história de Louis Pasteur e do Instituto Pasteur de Paris". Na seqüência, Luiz Antônio Teixeira, da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, falará sobre a história do Instituto Pasteur de São Paulo.
Nos demais dias do evento, serão realizadas discussões científicas sobre vários aspectos da raiva. Paralelo ao congresso científico será realizada um mostra fotográfica sobre a história do Instituto Pasteur de São Paulo. A abertura da exposição de fotografia será realizada na terça (5/8), contando com a presença do governador Geraldo Alckmin. O Instituto Pasteur de São Paulo fica na avenida Paulista, 393.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.