Para Plonski, do IPT, a nova política industrial é positiva, no sentido de auxiliar o desenvolvimento da C&T no país (foto: T. Romero)

Inovação estrutural
28 de abril de 2004

Seminário que marcou o lançamento do livro Política Industrial, que conta com artigos de diversos especialistas, como Guilherme Ary Plonski (foto), reafirma a importância dos processos inovadores para fomentar o desenvolvimento da ciência e da tecnologia

Inovação estrutural

Seminário que marcou o lançamento do livro Política Industrial, que conta com artigos de diversos especialistas, como Guilherme Ary Plonski (foto), reafirma a importância dos processos inovadores para fomentar o desenvolvimento da ciência e da tecnologia

28 de abril de 2004

Para Plonski, do IPT, a nova política industrial é positiva, no sentido de auxiliar o desenvolvimento da C&T no país (foto: T. Romero)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - O Brasil precisa não só modernizar sua estrutura produtiva, como também estimular o processo de inovação para melhorar a competitividade nacional e internacional das suas empresas. Durante seminário que marcou o lançamento do livro Política Industrial, realizado nesta terça-feira (27/04), em São Paulo, a nova Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), lançada recentemente pelo Governo Federal, esteve no centro das discussões.

O evento foi realizado no auditório da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP). Outro assunto discutido foi a necessidade de se fazer inovação tecnológica com mais velocidade, para que o desenvolvimento nacional possa ocorrer com maior rapidez.

Para Guilherme Ary Plonski, diretor superintendente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e presente ao seminário, a nova política industrial é positiva, no sentido de auxiliar o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil.

"O principal elemento de contribuição é o fato de que as relações industriais e tecnológicas do comércio exterior colocam a inovação como eixo estruturante dessa nova política. Isto torna o assunto não mais um tema de política ‘para’ a ciência e tecnologia, mas um tema de política ‘pela’ ciência e tecnologia", disse Plonski, à Agência FAPESP.

O diretor do IPT escreveu o artigo Mantras da inovação, publicado no livro lançado. Para ele, o conjunto das medidas governamentais poderá, com mais intensidade em alguns segmentos, fazer com que se acelere a taxa de inovação. "O desenvolvimento de novos produtos, soluções e serviços poderá se concretizar em um tempo menor, devido a um maior diálogo que haverá entre os pesquisadores e a comunidade envolvida com o setor produtor", disse Plonski.

O evento, promovido pelo Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da USP, contou com a presença de outros autores da publicação, que tem o objetivo de disponibilizar uma perspectiva sobre a nova política industrial brasileira.

"Trata-se de um olhar sobre o desenvolvimento industrial no país, com reflexões sobre os tipos de questionamentos que se têm nos arranjos produtivos das empresas e sobre quais os objetivos que se quer alcançar com a nova política adotada pelo governo", disse Maria Tereza Leme Fleury, diretora da FEA. A pesquisadora, ao lado de Afonso Fleury, chefe do departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, também da USP, é a principal organizadora do livro.

"O Brasil já conta com um padrão tecnológico adequado aos mercados externos. Por meio da nova política industrial do governo, precisamos fazer com que essas inovações sejam oferecidas de maneira sistemática aos países desenvolvidos", disse James Wright, coordenador do Programa de Estudos do Futuro da Fundação Instituto de Administração (FIA), da FEA/USP. "Com isso, nós teremos mais empresas competindo em todo o mundo com tecnologias originadas no Brasil", disse Wright, autor do capítulo "A política industrial e a estratégia da nação".

Entre as novidades da PITCE está a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que irá definir as estratégias e permitir a integração dos setores público e privado na elaboração das políticas industriais brasileiras.

O órgão executor da PITCE, a Agência Brasileira de Política Industrial, será responsável por juntar o desenvolvimento tecnológico com as necessidades da indústria, para produzir resultados na última linha da produção industrial. As áreas consideradas prioritárias por essa nova política federal são semicondutores, fármacos, software e bens de capital.


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