Ingleses investem na preservação de línguas indígenas do Brasil
26 de junho de 2003

Museu Paraense Emílio Goeldi recebe R$ 200 mil para evitar desaparecimento de cinco línguas, uma das quais é falada atualmente por um único indivíduo

Ingleses investem na preservação de línguas indígenas do Brasil

Museu Paraense Emílio Goeldi recebe R$ 200 mil para evitar desaparecimento de cinco línguas, uma das quais é falada atualmente por um único indivíduo

26 de junho de 2003

 

O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), está recebendo cerca de R$ 200 mil para tentar evitar o desaparecimento de cinco línguas indígenas faladas no Brasil, uma das quais é falada atualmente por apenas um indivíduo.

O projeto do departamento de línguística do instituto foi um dos 21 vencedores do concurso promovido pelo Endangered Languages Documentation Programme (programa de documentação de línguas ameaçadas), da Inglaterra, entre 150 concorrentes. Outros três projetos executados no Brasil também foram contemplados.

O projeto receberá para realizar, em três anos, a documentação das línguas puruborá, mekens, xipáya, ayuru e mondé. O grupo responsável pela documentação é formado por quatro pesquisadores. Vilacy Galucio, do MPEG, fará o registro documental das línguas puruborá (que conta com 3 semi-falantes) e ,ekens (23 falantes). Carmen Rodrigues, da Universidade Federal do Pará, é responsável pela língua xipáya (1 falante), Didier Demolin, pesquisador da Universidade Livre de Bruxelas, documentará a língua ayuru (10 falantes) e Denny Moore, coordenador da area de lingüística da coordenação de ciências Humanas do Museu Goeldi, será o responsável pelo registro lingüístico da mondé (3 semi-falantes).

Além desta, foram aprovadas na mesma seleção, projetos para a documentação das línguas apurinã, ofayé, kadiwéu, todas faladas no Brasil.

Das aproximadamente 160 línguas indígenas do Brasil, pelo menos 42 estão em perigo de extinção, devido ao número reduzido de falantes ou à falta de transmissão da língua às novas gerações. "A documentação dessas línguas é urgente, como também medidas para revitalizá-las. As comunidades indígenas, conscientes da necessidade de preservar a sua herança cultural e linguística, desejam projetos nesse sentido", diz Moore.

Por André Muggiati


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