Estudo da USP mostra que artigos sobre nutrição publicados nas principais revistas femininas brasileiras não conseguem informar corretamente os leitores

Informação desbalanceada
04 de outubro de 2005

Pesquisa analisa reportagens sobre nutrição publicadas em revistas de três grandes editoras brasileiras e afirma que, na maioria, faltam informações importantes, mesmo quando são escritas por especialistas no assunto

Informação desbalanceada

Pesquisa analisa reportagens sobre nutrição publicadas em revistas de três grandes editoras brasileiras e afirma que, na maioria, faltam informações importantes, mesmo quando são escritas por especialistas no assunto

04 de outubro de 2005

Estudo da USP mostra que artigos sobre nutrição publicados nas principais revistas femininas brasileiras não conseguem informar corretamente os leitores

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Informações desnecessárias, ausência de detalhes importantes e foco apenas nos valores calóricos dos alimentos, em detrimento de propriedades nutricionais mais importantes. De acordo com uma pesquisa feita na Universidade de São Paulo (USP), os artigos sobre nutrição das principais revistas femininas brasileiras não conseguem informar corretamente os leitores.

A autora do estudo, a nutricionista Daniella Moreira de Souza, teve como base publicações de três grandes editoras de São Paulo veiculadas durante o primeiro semestre de 2002. Ao todo, foram analisados 350 artigos, a maior parte assinada por nutricionistas e profissionais de saúde. O foco foram textos sobre alimentação equilibrada e alimentos funcionais.

"Na grande maioria dos textos analisados faltou alguma recomendação importante, mesmo quando escrito por especialista em nutrição", disse Daniella à Agência FAPESP. "Vários artigos diziam, por exemplo, que ingerir determinado alimento em excesso faz mal à saúde. Porém, nenhum disse quanto é esse excesso e de que forma o consumo abusivo pode prejudicar o organismo humano."

Daniella, que desenvolveu a pesquisa para sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada (Pronut) – que reúne as faculdades de Saúde Pública, Ciências Farmacêuticas e Economia, Administração e Contabilidade – da USP, conta que a quantidade de erros é homogêna e aparece desde as revistas mais populares até as mais sofisticadas.

Outro fator preocupante, segundo a pesquisadora, é que os artigos normalmente sugerem alguns alimentos com propriedades benéficas, mas não esclarecem a quantidade adequada para o consumo, o que pode induzir o leitor ao consumo desequilibrado. Além disso, os textos não dizem de que forma os alimentos devem ser preparados e ingeridos.

"Os autores tentam simplificar os textos para torná-los mais acessíveis e acabam escrevendo informações erradas ou incompletas. A questão comercial é também um fator de peso, pois as editoras precisam vender e muitas vezes omitem dados importantes de maneira proposital", conta Daniella.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.