Inclusão digital amazônica

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.

Agência FAPESP* –Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Enquanto os ministérios da Ciência e Tecnologia e das Comunicações estudam a criação de um modelo próprio de televisão digital para o país, um centro de pesquisa brasileiro faz sua parte ao tentar suprir as necessidades educacionais de comunidades carentes da região amazônica.

O projeto Educação Interativa nasceu entre uma parceria entre o Instituto Genius de Tecnologia, sediado em Manaus, e a Secretaria de Educação do Estado do Amazonas (Seduc). A iniciativa inédita pretende utilizar a nova tecnologia para prover serviços interativos à rede escolar. 

"Esse é o único projeto de TV digital voltado para a educação em desenvolvimento no Brasil", disse Thais Waisman, coordenadora do projeto, à Agência FAPESP. A pesquisadora esteve na sexta-feira (29/4), em São Paulo, para participar do seminário Impactos da definição do sistema brasileiro de TV digital na cadeia produtiva da indústria eletrônica, realizado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 

"A região amazônica é muito carente de meios de informação. A maioria dos lugares não tem telefone nem internet. A intenção é gerar conteúdo via satélite, por meio de um aparelho de televisão, para capacitar professores e promover a cidadania", afirma Thais. 

A iniciativa na Amazônia utilizará a infra-estrutura já disponível na Seduc, que tem canais de satélite utilizados para a transmissão de dados. Segundo Thais, o sistema funcionará por meio de uma plataforma de recepção que utiliza um receptor baseado em software livre. O receptor, conhecido como set-top box, ficará responsável pela operação dos conteúdos digitais. 

"Estamos desenvolvendo um box nacional com os requisitos específicos da região amazônica", disse Thais. "Com isso, poderão ser implementados quatro serviços educacionais nas escolas: alfabetização digital, educação a distância, comunicação cidadã e gestão escolar."

Com o serviço de alfabetização digital, a idéia é dar a oportunidade de compreender a utilidade das novas tecnologias de comunicação como ferramenta de inclusão social. Enquanto educação a distância servirá para a capacitação de professores, a comunicação cidadã será um canal de troca de informações entre a comunidade e os orgãos públicos.

A gestão escolar, para Thais, é a grande inovação do projeto. Trata-se de um aplicativo destinado a gerar dados sobre o censo escolar, na medida em que a Seduc puder coletar informações estratégicas da área de ensino. Atualmente, esses dados são coletados manualmente e de forma precária.

O projeto, que começará a funcionar a partir de fevereiro de 2006, será executado inicialmente em três escolas. "Cada escola terá uma televisão, um controle remoto e um set-top box que codificará o conteúdo transmitido via satélite. Esse conjunto permitirá que os alunos tenham acesso à educação de forma decente, pois irão utilizar a tecnologia disponível para exercer sua cidadania", explica Thais.

<b>Por Thiago Romero</b>
<p>
<b>Agência FAPESP</b> - Enquanto os ministérios da Ciência e Tecnologia e das Comunicações estudam a criação de um modelo próprio de televisão digital para o país, um centro de pesquisa brasileiro faz sua parte ao tentar suprir as necessidades educacionais de comunidades carentes da região amazônica.
<p>
O projeto Educação Interativa nasceu entre uma parceria entre o Instituto Genius de Tecnologia, sediado em Manaus, e a Secretaria de Educação do Estado do Amazonas (Seduc). A iniciativa inédita pretende utilizar a nova tecnologia para prover serviços interativos à rede escolar. 
<p>
"Esse é o único projeto de TV digital voltado para a educação em desenvolvimento no Brasil", disse Thais Waisman, coordenadora do projeto, à <b>Agência FAPESP</b>. A pesquisadora esteve na sexta-feira (29/4), em São Paulo, para participar do seminário <i>Impactos da definição do sistema brasileiro de TV digital na cadeia produtiva da indústria eletrônica</i>, realizado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. 
<p>
"A região amazônica é muito carente de meios de informação. A maioria dos lugares não tem telefone nem internet. A intenção é gerar conteúdo via satélite, por meio de um aparelho de televisão, para capacitar professores e promover a cidadania", afirma Thais. 
<p>
A iniciativa na Amazônia utilizará a infra-estrutura já disponível na Seduc, que tem canais de satélite utilizados para a transmissão de dados. Segundo Thais, o sistema funcionará por meio de uma plataforma de recepção que utiliza um receptor baseado em software livre. O receptor, conhecido como <i>set-top box</i>, ficará responsável pela operação dos conteúdos digitais. 
<p>
"Estamos desenvolvendo um box nacional com os requisitos específicos da região amazônica", disse Thais. "Com isso, poderão ser implementados quatro serviços educacionais nas escolas: alfabetização digital, educação a distância, comunicação cidadã e gestão escolar."
<p>
Com o serviço de alfabetização digital, a idéia é dar a oportunidade de compreender a utilidade das novas tecnologias de comunicação como ferramenta de inclusão social. Enquanto educação a distância servirá para a capacitação de professores, a comunicação cidadã será um canal de troca de informações entre a comunidade e os orgãos públicos.
<p>
A gestão escolar, para Thais, é a grande inovação do projeto. Trata-se de um aplicativo destinado a gerar dados sobre o censo escolar, na medida em que a Seduc puder coletar informações estratégicas da área de ensino. Atualmente, esses dados são coletados manualmente e de forma precária.
<p>
O projeto, que começará a funcionar a partir de fevereiro de 2006, será executado inicialmente em três escolas. "Cada escola terá uma televisão, um controle remoto e um set-top box que codificará o conteúdo transmitido via satélite. Esse conjunto permitirá que os alunos tenham acesso à educação de forma decente, pois irão utilizar a tecnologia disponível para exercer sua cidadania", explica Thais.  
<br><br><br>