Inca cria banco nacional de amostras
28 de junho de 2004

Pesquisas sobre tumores no Brasil terão mais um aliado nos próximos meses, quando o Instituto Nacional do Câncer passará a abrigar uma coleção inédita de amostras de câncer, que estará aberta a qualquer pesquisador

Inca cria banco nacional de amostras

Pesquisas sobre tumores no Brasil terão mais um aliado nos próximos meses, quando o Instituto Nacional do Câncer passará a abrigar uma coleção inédita de amostras de câncer, que estará aberta a qualquer pesquisador

28 de junho de 2004

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Com recursos da Fundação Swiss Bridge e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, começará a coletar material tumoral de seus pacientes nos próximos meses para uma finalidade inédita. A intenção dos coordenadores do projeto, os pesquisadores Carlos Gil, do Inca, e Eloiza Tajara, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, é criar um banco nacional de amostras.

"Além de ajudar em pesquisas sobre a epidemiologia do câncer, esse banco será de extrema importância para os cientistas que trabalham com biologia molecular voltada para tumores", disse Eloiza à Agência FAPESP. Segundo ela, todos os detalhes estão sendo tratados agora, para que a formação do banco possa começar em dois meses.

"Os equipamentos foram comprados e estão para chegar. Além disso, a equipe do Inca está preparando os questionários que serão aplicados aos pacientes. O material retirado de tumores só irá para o banco com o consentimento dos doadores", afirma Eloiza. A pesquisadora explica que as instalações estarão no segundo andar do prédio de pesquisa do Inca, que fica no bairro da Lapa, região central do Rio de Janeiro.

O projeto pretende reunir amostras de tumores que apresentam alta incidência no país, como os de câncer de cabeça, pescoço, mama, estômago e pulmão. Sem ainda saber exatamente quantas amostras serão armazenadas por ano, uma vez que isso dependerá também do aceite dos pacientes, Eloiza acredita que o número será bastante alto. "Apenas no Inca são feitas 4 mil cirurgias de cabeça e pescoço todos os anos, por exemplo."

Depois que estiver pronto, o banco nacional de amostras do Inca será aberto a todos os cientistas interessados. Segundo Eloiza, eles terão que apresentar projetos ao instituto, que irá encaminhar o pedido a um grupo de pareceristas externos. "Com a aprovação, as amostras serão liberadas para o estudo científico", afirma.

Para que o banco nacional de amostras possa ser montado, Eloiza e Gil vão contar com uma verba de US$ 4 milhões, em quatro anos, da instituição da Suíça e ainda outros recursos financeiros da Finep, que serão destinados para a melhoria da infra-estrutura do prédio onde estarão as amostras.

"No início, iremos coletar material apenas no Rio de Janeiro, mas, depois, a idéia é trazer amostras de diferentes partes do país, para que a diversidade seja preservada", disse Eloiza.


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