Ildeu de Castro Moreira, do MCT, defende a necessidade da criação de ferramentas inovadoras de divulgação científica (foto: T. Romero)

Importância da popularização
22 de novembro de 2005

Ildeu de Castro Moreira, do MCT, defende a necessidade da criação de ferramentas inovadoras de divulgação científica e fala sobre o Programa Nacional de Popularização da Ciência, previsto para 2006

Importância da popularização

Ildeu de Castro Moreira, do MCT, defende a necessidade da criação de ferramentas inovadoras de divulgação científica e fala sobre o Programa Nacional de Popularização da Ciência, previsto para 2006

22 de novembro de 2005

Ildeu de Castro Moreira, do MCT, defende a necessidade da criação de ferramentas inovadoras de divulgação científica (foto: T. Romero)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Apenas 1% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos seguem carreiras em áreas científicas e tecnológicas. Para aumentar essa pequena porcentagem, uma das metas nos próximos anos é a formulação de políticas de divulgação do conhecimento científico capazes de reverter esse quadro.

"Além de contribuir para a formação individual de cada cidadão, a popularização da ciência tem um papel fundamental para a consolidação de uma cultura coletiva voltada para a difusão dos avanços e descobertas", disse o físico Ildeu de Castro Moreira, diretor da Secretaria de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Diferentes aspectos sobre o ensino de ciências foram discutidos na 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, na semana passada, em Brasília. O acesso à informação qualificada foi apontado como uma questão prioritária, de modo a reduzir os índices de exclusão social e do conhecimento.

A presença maior de temas científicos na mídia brasileira, disse Moreira, seria uma das soluções viáveis rumo a esse objetivo. "Hoje, a televisão está presente em 90% dos municípios brasileiros e muito estudantes passam quatro horas na escola e o resto do dia em frente à TV. Esse é um veículo de informação que ainda precisamos utilizar com mais qualidade", disse.

Um dos principais fatores que dificultam esse processo, segundo ele, é o fato de a população brasileira ainda enxergar a ciência e a tecnologia como um conceito desligado de outras atividades sociais. "Por isso, há a necessidade de aproximar a ciência de outras formas de expressão como o teatro, o cinema e a literatura. A ciência faz parte da cultura brasileira", afirmou.

Para Moreira, os poderes federal, estadual e municipal precisam interagir com mais eficácia para criar novas políticas de difusão à longo prazo. "Essa é uma responsabilidade geral da máquina pública e também do setor privado", disse.

A proposta de criação de um Programa Nacional de Popularização da Ciência que consiga abordar todos esses pontos já está sendo discutida por representantes da academia, de empresas, de governo, de organizações não-governamentais e dos demais setores interessados no assunto.

"Esse programa é um compromisso de governo e deverá ser formulado até o fim de 2006. O objetivo é mostrar que qualquer indivíduo pode se tornar um cientista ou, pelo menos, ter conhecimento adequado para entender os avanços da ciência. Trata-se de uma questão de respeito e de valorização do cidadão brasileiro", ressalvou Moreira.

A criação de um comitê temático para a divulgação científica dentro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) foi também uma conquista recente. "Agora é possível pedir bolsa, fazer projetos de eventos e encaminhar solicitações de apoio à divulgação científica. Essa é a valorização acadêmica da área", disse.

Moreira destacou também a 2ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (C&T), realizada em outubro, que contou com mais de 7 mil atividades em 300 municípios brasileiros. "Em 2006, os temas centrais serão os cem anos do vôo do 14 Bis e a criatividade como importante fator para a inovação tecnológica", antecipa.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.