Sistema da Escola de Engenharia de São Carlos usa inteligência artificial para monitorar oleodutos e gasodutos

Identificação precisa e econômica
22 de fevereiro de 2006

Sistema da Escola de Engenharia de São Carlos usa inteligência artificial para monitorar oleodutos e gasodutos. Protótipo teve acerto de 100% nos primeiros testes e deve custar cinco vezes menos que os equipamentos disponíveis no mercado, que são todos importados

Identificação precisa e econômica

Sistema da Escola de Engenharia de São Carlos usa inteligência artificial para monitorar oleodutos e gasodutos. Protótipo teve acerto de 100% nos primeiros testes e deve custar cinco vezes menos que os equipamentos disponíveis no mercado, que são todos importados

22 de fevereiro de 2006

Sistema da Escola de Engenharia de São Carlos usa inteligência artificial para monitorar oleodutos e gasodutos

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Com base em conceitos de inteligência artificial, pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram um software capaz de monitorar vazamentos em oleodutos e gasodutos com elevada precisão e a um custo cinco vezes inferior ao dos sistemas disponíveis no mercado.

Os primeiros testes foram realizados em tubulações de água e ar, elementos utilizados para simular misturas de óleo e gás. Foram feitas 3 mil simulações de escoamento num oleoduto piloto da universidade. "O índice de acerto foi de 100%. Todos os vazamentos artificiais produzidos durante os testes foram detectados pelo sistema", diz o coordenador do projeto e professor da EESC, Paulo Seleghim Júnior, à Agência FAPESP.

O pesquisador explica que o sistema é programado para identificar as condições de operação normal de um oleoduto. Quando há algum tipo de vazamento nas tubulações, as medidas de pressão do sistema, obtidas por meio de sensores, emitem um sinal de alerta.

"São fornecidos ao software um conjunto de regras genéricas e modelos de tubulações funcionando em diferentes regimes. Utilizando o que chamamos de lógica difusa, o programa consegue tomar decisões precisas, como acionar o desligamento da bomba em caso de vazamento", explica Seleghim.

O professor da EESC destaca que um vazamento, como de petróleo, por exemplo, pode trazer graves conseqüências para a indústria. "O custo desse tipo de acidente é impressionante, podendo chegar a R$ 200 mil por hora de vazamento. Isso considerando o preço do produto vazado e todas as indenizações", diz.

O protótipo inicial foi desenvolvido para ser aplicado na indústria. Quando terminarem os testes na tubulação experimental, o software será submetido a provas de campo, quando serão verificadas as condições de funcionamento em oleodutos reais. A elaboração do software e os testes experimentais estão sendo conduzidas por dois doutorandos da Escola de Engenharia de São Carlos, Marcelo Selli e Kelen Crivelaro.

Além da maior precisão obtida com os modelos de inteligência artificial, a economia gerada pelo sistema é outro estímulo aos pesquisadores. Os equipamentos utilizados atualmente para o monitoramento de oleodutos, baseados em modelos mecanicistas, custam cerca de US$ 500 mil. Seleghim prevê que o novo programa terá um custo aproximado de US$ 100 mil.

"Todos os sistemas utilizados atualmente no Brasil são importados. É curioso que o país esteja se tornando auto-suficiente na produção de petróleo, mas sem dominar a maior parte das tecnologias envolvidas no processo de exploração. Nosso objetivo é chegar a um sistema inteiramente nacional e adaptável a diferentes particularidades das tubulações", explica Seleghim.


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