Ronald Dauscha, da ANPEI, aprova a Lei de Inovação mas acredita que alguns pontos precisam já ser melhorados
(foto: E. Geraque)

Idéia pouco disseminada
06 de outubro de 2005

Sessão de abertura da 4ª Brasiltec, realizada nesta quarta (5/10) em São Paulo com a presença da Carlos Henrique de Brito Cruz (foto), discutiu os desafios que o país precisa enfrentar para que a inovação tecnológica seja maior

Idéia pouco disseminada

Sessão de abertura da 4ª Brasiltec, realizada nesta quarta (5/10) em São Paulo com a presença da Carlos Henrique de Brito Cruz (foto), discutiu os desafios que o país precisa enfrentar para que a inovação tecnológica seja maior

06 de outubro de 2005

Ronald Dauscha, da ANPEI, aprova a Lei de Inovação mas acredita que alguns pontos precisam já ser melhorados
(foto: E. Geraque)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Os avanços da Lei de Inovação, que deve ser regulamentada ainda em outubro pelo Congresso Nacional, a necessidade de que seja reforçada a idéia de que ações inovadoras devem ser feitas dentro das empresas e não nas universidades. Aumentar o número de pesquisadores que trabalhem efetivamente nas instituições privadas.

Os três temas acima estiveram em debate durante a sessão de abertura da 4ª Brasiltec – Salão Internacional de Inovação Tecnológica, realizada nesta quarta-feira (5/10) em São Paulo. A feira vai durar três dias e será encerrada nesta sexta (7/10).

Participaram da mesa-redonda, coordenada por Carlos Ganem, superintendente da área de articulação institucional da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Carlos Aragão, diretor da Finep, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, Paulo Alcântara Gomes, do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Rodrigo Lores, vice-presidente da Confederação Nacional das Indústrias, Ronald Dauscha, presidente da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), e Jorge Ávila, vice-presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

"É preciso que se mude a idéia de que inovação tecnológica deve ser criada na universidade para depois ser transferida para a indústria. Nenhum país do mundo faz isso. É preciso levar o desenvolvimento científico e tecnológico para dentro da empresa", disse Brito Cruz durante o debate. Para o representante da FAPESP, existem grandes desafios nesse campo que o país precisa buscar maneiras de enfrentar.

No caso dos recursos humanos voltados para pesquisa e desenvolvimento dentro das empresas, Brito Cruz lembrou o baixo número de profissionais desse grupo que atuam no Brasil. "Temos 20 mil cientistas nas empresas trabalhando como pesquisadores, segundo os dados da Pintec." Em outros países, segundo o diretor científico da FAPESP, a situação é bem diferente.

"Na Coréia são 100 mil. Nos Estados Unidos 800 mil." Apesar de enfrentar o desafio da inovação de forma tardia, o Brasil demonstra ter condições de superar esses obstáculos, segundo Brito Cruz. "Estamos fazendo um esforço grande para chegar pelo menos ao século 18. Mas existem bons exemplos, como a Embraer, que mostram que temos condições de evoluir."

Para Dauscha, da Anpei, outro avanço a favor da inovação tecnológica no Brasil é a Lei de Inovação, que deve ser regulamentada nas próximas semanas. "Ela trouxe avanços, mas tem alguns pontos que precisam ser bastante melhorados." Segundo o executivo, a lei atual apenas contempla as empresas que registram lucros reais. "Além disso, alguns benefícios só podem ser usados no mesmo ano. Seria interessante que isso pudesse ser aplicado em outros exercícios também."


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