Landi recebe placa em homenagem a seus 70 anos
Participantes de simpósio realizado em homenagem aos 70 anos de Francisco Romeu Landi, diretor presidente do CTA da FAPESP, traçam um futuro positivo para a inovação tecnológica no país. Em sua conferência, Landi mostrou a importância das instituições no processo de alavancagem do conhecimento
Participantes de simpósio realizado em homenagem aos 70 anos de Francisco Romeu Landi, diretor presidente do CTA da FAPESP, traçam um futuro positivo para a inovação tecnológica no país. Em sua conferência, Landi mostrou a importância das instituições no processo de alavancagem do conhecimento
Landi recebe placa em homenagem a seus 70 anos
Agência FAPESP - As comparações imediatas podem levar a conclusões negativas sobre o futuro da inovação tecnológica no Brasil. Em termos de número de patentes, por exemplo, enquanto o país produz um pouco mais de 200 por ano, a Coréia do Sul, que há duas décadas estava no mesmo patamar brasileiro, já rompeu a barreira dos 3 mil registros anuais de propriedade intelectual.
Na Coréia do Sul, houve uma grande vontade política no sentido de favorecer a inovação tecnológica, conforme mostrou Carlos Henrique Brito Cruz, reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no simpósio "Financiamento da Pesquisa e Desenvolvimento da Nação Brasileira". O evento, que ocorreu na quinta-feira (6/11), na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), foi uma homenagem aos 70 anos de Francisco Romeu Landi, diretor presidente do Conselho Técnico Administrativo da FAPESP e presidente do Fórum Nacional das FAPs.
No Brasil, segundo Landi, a situação, que pode até ser considerada desastrosa pelos últimos 20 anos, também pode se transformar no futuro e seguir o ritmo de outros países, como o Canadá e a própria Coréia do Sul.
"O Estado, por intermédio de suas políticas públicas, precisa estimular o conhecimento e dele se apropriar", disse Landi no auditório da Escola Politécnica, instituição que ele freqüenta por 50 anos e da qual foi diretor. "Estamos pagando um preço alto pela falta de adaptação das instituições brasileiras à modernidade."
Com a certeza de que a sociedade do futuro não será determinada pela tecnologia, Landi lembrou de exemplos trazidos da história da humanidade para mostrar como os processos de inovação foram importantes para as grandes nações, em determinados períodos.
"A China inventou a bússola, a pólvora e também teve a maior frota naval do mundo por volta de 1400. Portugal, quando decidiu encontrar um rota alternativa para as Índias, também conseguiu um grau muito elevado de inovação", disse.
Dentro da revolução que se processa no início do século 21, baseada no tripé "informação, mecânica quântica e biologia molecular", Landi mostrou preocupação com a necessidade de uma articulação política para inserir o Brasil no caminho da inovação e também de como deve ser a formação dos engenheiros daqui para frente.
"É preciso discutir até que ponto essa formação precisa ter elementos das chamadas Ciências Humanas", disse o homenageado. É fundamental, segundo o professor, que se ter uma visão mais ampla ao se montar os currículos de Engenharia.
Para o diretor do Instituto de Física da USP, Gil da Costa Marques, participante do evento, o quadro apesar de sombrio no curto prazo, não está totalmente perdido. "Uma conclusão possível das discussões deste simpósio é que existem alguns bons caminhos. É possível haver mais inovação tecnológica no Brasil, caso as políticas públicas sejam pensadas nesse sentido", disse.
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