Exame de sangue que mede o nível de hemoglobina glicada ajuda os diabéticos a controlar eficientemente os níveis de glicose e diminuir os riscos de seqüelas provocadas pela doença, que atinge aproximadamente dez milhões de pessoas no Brasil
Exame de sangue que mede o nível de hemoglobina glicada ajuda os diabéticos a controlar eficientemente os níveis de glicose e diminuir os riscos de seqüelas provocadas pela doença, que atinge aproximadamente dez milhões de pessoas no Brasil
Agência FAPESP - Um exame de sangue conhecido por A1c (hemoglobina glicada) tem se revelado um método eficaz para monitorar o diabetes, além de ferramenta importante na prevenção de complicações decorrentes da doença, como cegueira, infarto do miocárdio, derrame, insuficiência renal, hipertensão e aumento da coagulação sangüínea.
Com base nesse novo meio de controle do diabetes, as sociedades brasileiras de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, de Endocrinologia e de Diabetes prepararam em conjunto um documento que recomenda aos médicos e laboratórios clínicos adotarem o exame no acompanhamento do paciente diabético. A proposta será apresentada oficialmente nesta quarta-feira (24/9), no 37º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, no Rio de Janeiro.
As três sociedades médicas brasileiras pretendem também iniciar uma campanha para orientar os cerca de dez milhões de brasileiros atingidos pela doença sobre a necessidade do A1c. O teste fornece a média dos níveis glicêmicos dos últimos três meses, auxiliando o médico a tomar decisões sobre o tratamento. Se o resultado for menor que 7%, o paciente está controlado. Porém, se o nível da hemoglobina for maior que 7%, o diabético tem chances muito maiores de sofrer as conseqüências da doença.
Hemoglobina glicada ou A1c é a substância formada pela combinação de glicose (açúcar) com hemoglobina, componente dos glóbulos vermelhos que transportam o oxigênio pelo sangue. Quanto mais alta for a taxa de açúcar no sangue, mais glicose se combinará com hemoglobina e maior será o nível de hemoglobina glicada.
O teste de glicemia feito normalmente por diabéticos não fornece uma medição confiável dos níveis de glicemia por um longo período de tempo, uma vez que apenas informa a taxa de glicose no dia em que o sangue foi coletado. No entanto, o teste A1c não substitui o teste de glicemia, que avalia os níveis de glicose no sangue. O ideal, segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, seria a combinação dos dois exames, que poderiam fornecer ao médico as informações necessárias para analisar a eficácia do tratamento.
As sociedades brasileiras que prepararam o documento sobre o A1c se basearam nos resultados de estudos clínicos feitos em 1993 nos Estados Unidos (Ensaio sobre Controle e Complicações do Diabetes - DCCT), e em 1998 na Inglaterra (Estudo Prospectivo de Diabetes no Reino Unido - UKPDS). O A1c também é recomendado pela Associação Americana de Diabetes.
O 37º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial será realizado de 24 a 27 de setembro no Riocentro, Rio de Janeiro. Maiores informações no site www.sbpc.org.br/congresso.htm
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