História em CD-ROM
29 de julho de 2003

Ministério da Cultura disponibiliza ao público resumos dos 250 mil documentos referentes à administração das 18 capitanias do Brasil, entre os séculos 16 e 19, coletados no Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa

História em CD-ROM

Ministério da Cultura disponibiliza ao público resumos dos 250 mil documentos referentes à administração das 18 capitanias do Brasil, entre os séculos 16 e 19, coletados no Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa

29 de julho de 2003

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - As difíceis idas dos historiadores brasileiros ao Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), de Lisboa, passam a ser substituídas por uma simples consulta ao banco de dados de institutos de pesquisa e universidades espalhadas pelo Brasil.

Os interessados em resgatar aspectos das raízes culturais brasileiras já podem começar a consultar livremente o resultado do Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco, reunião da documentação colonial portuguesa referente às 18 capitanias do Brasil, entre os séculos 16 e 19.

O Ministério da Cultura (MEC) entregou no mês passado 100 lotes, contendo 289 CD-ROMs cada um, para as Secretarias Estaduais de Cultura de todas as capitais do país, para os Institutos Históricos e Geográficos brasileiros, Universidades Federais e algumas Estaduais e católicas, que possuem cursos de História. As informações também deverão estar disponíveis em qualquer Arquivo Público Estadual do país.

A idéia do MEC é fazer com que todas as entidades beneficiadas disponibilizem na íntegra os resultados do projeto ao grande público, de acordo com suas condições físicas de divulgação dos dados.

"Antes, teses sobre as 18 capitanias do Brasil só podiam ser feitas por pesquisadores que fossem à Portugal. Agora, com a possibilidade de termos um arquivo como este em todos os grandes centros de pesquisa, podemos disponibilizar alguns laboratórios de história novos, onde o aluno não precisa mais depender de uma bolsa para pesquisar no exterior", disse Leandro Karnal, chefe do departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em entrevista à Agência FAPESP. No Arquivo Edgard Leuenroth, que pertence ao Departamento de História da Unicamp, os discos já estão disponíveis a qualquer pesquisador.

Nos CD-ROMs, foram inseridos imagens digitais dos microfilmes obtidos pelo Projeto Resgate, trabalho de apuração iniciado em 1994 pelo Ministério da Cultura, que tratou tecnicamente todas as informações antes de elas serem divulgadas para todo o público.

Nos discos, estão documentos expedidos por reis, vice-reis, governadores gerais do Brasil e governadores das capitanias. Toda a documentação sobre o Brasil existente no Arquivo Histórico Ultramarino que estava em microfilmes foi digitalizada. O arquivo foi criado em 1931, com o objetivo de reunir num só local, em boas condições de segurança e conservação, toda a documentação colonial que se encontrava dispersa.

No Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco, foram mobilizados pesquisadores brasileiros e portugueses de 110 instituições, em um mutirão que coletou 250 mil documentos manuscritos.

A parte do Projeto Resgate referente a São Paulo foi financiada pela FAPESP e coordenada pelo historiador José Jobson de Andrade Arruda, pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Sagrado Coração (Bauru) e na época professor titular de História Moderna da Universidade de São Paulo.


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