Foto inédita da Grande Nuvem de Magalhães, com estrelas pequenas coexistindo com grandes, é divulgada na assembléia da União Astronômica Internacional. Reunião deve decidir se Plutão continua ou não como planeta (foto: ESA/Nasa/D.A. Gouliermis-MPIA

Harmonia cósmica
16 de agosto de 2006

Foto inédita da Grande Nuvem de Magalhães, com estrelas pequenas coexistindo com grandes, é divulgada na assembléia da União Astronômica Internacional. Reunião deve decidir se Plutão continua ou não como planeta

Harmonia cósmica

Foto inédita da Grande Nuvem de Magalhães, com estrelas pequenas coexistindo com grandes, é divulgada na assembléia da União Astronômica Internacional. Reunião deve decidir se Plutão continua ou não como planeta

16 de agosto de 2006

Foto inédita da Grande Nuvem de Magalhães, com estrelas pequenas coexistindo com grandes, é divulgada na assembléia da União Astronômica Internacional. Reunião deve decidir se Plutão continua ou não como planeta (foto: ESA/Nasa/D.A. Gouliermis-MPIA

 

Agência FAPESP - Uma imagem notável, feita com o telescópio espacial Hubble, foi apresentada nesta segunda-feira (14/8), na assembléia geral da União Astronômica Internacional (UAI) em Praga, na República Tcheca.

A foto mostra um berço de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães, galáxia de forma irregular que pertence ao Grupo Local, no qual também está inserida a Via Láctea. A imagem, com alta riqueza de detalhes, revela um grande número de estrelas jovens de grande massa coexistindo em harmonia com estrelas mais novas e de massa muito inferior.

A região de formação de estrelas, nomeada de LH95, está a cerca de 180 mil anos-luz da Terra. Até agora, os astrônomos, a partir de observatórios terrestres, conseguiam ver ali apenas as estrelas mais brilhantes e não as menores.

Um grupo internacional de pesquisadores, liderados por Dimitrios Gouliermis, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, está analisando as imagens.

"A visão aguçada do Hubble tem mudado grandemente o retrato que tínhamos das associações estelares nas Nuvens de Magalhães", disse Gouliermis em comunicado da Agência Espacial Européia (ESA). "A Grande Nuvem, por ser uma galáxia com relativamente pequenas quantidades de elementos mais pesados do que o hidrogênio, oferece aos astrônomos uma visão única da formação de estrelas em ambientes diferentes da Via Láctea."

Para ver a foto ampliada, clique aqui.


Plutão: planeta ou não?

A assembléia da IAU retorna a Praga após 39 anos, reunindo mais de 1,6 mil astrônomos de 75 países até o próximo dia 25. O maior destaque do encontro é uma questão que tem intrigado os cientistas há décadas: a definição de planeta.

A confusão começou quando o norte-americano Clyde Tombaugh, em 1930, anunciou a descoberta de Plutão. Até então, o Sistema Solar era um exemplo de organização, com quatro planetas próximos e rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) e outros quatro distantes e gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno).

Apesar de muitos discordarem, Plutão acabou sendo considerado planeta, o nono. O ruído aumentou bastante na década de 1990 e se tornou insuportável com a descoberta do 2003 UB313, apelidado de Xena, em 2005. Parte da comunidade astronômica defende que, por ser maior do que Plutão, o 2003 UB313 também deveria ser considerado planeta. Para a outra parte, o melhor seria derrubar o status de Plutão, que se tornaria um objeto transnetuniano como dezenas de outros e levaria a "harmonia" de volta ao Sistema Solar.

A definição de planeta e o destino de Plutão devem ser anunciados nesta quarta-feira (16/8) e a votação, feita pelos participantes da assembléia-geral da UAI, ocorrerá na semana que vem.

Mais informações sobre a assembléia em Praga: www.astronomy2006.com


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