Experimentos feitos na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, com camundongos, apontam para um possível potencial quimiopreventivo no guaraná em pó
Experimentos feitos na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, com camundongos, apontam para um possível potencial quimiopreventivo no guaraná em pó
Agência FAPESP - O guaraná (Paulinia cupana) pode ter um importante potencial quimiopreventivo, segundo pesquisa feita na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP).
Os pesquisadores do Laboratório de Oncologia Experimental injetaram células de melanoma, um tipo especifico de câncer de pele, nas veias de cinco camundongos. As células se instalaram no pulmão dos animais. Em seguida, todos receberam apenas guaraná em pó durante 14 dias.
"O objetivo foi avaliar o crescimento das células cancerosas no pulmão dos animais. E elas se proliferaram bem mais devagar do que normalmente ocorre", disse Heidge Fukumasu, pesquisador responsável pelo estudo, à Agência FAPESP.
Fukumasu havia estudado anteriormente a relação. No estudo anterior, depois de serem alimentados com guaraná durante 25 semanas, os animais, que estavam com tumores induzidos no fígado, foram sacrificados e examinados. "Verificamos que nas cobaias tratadas com guaraná o número de lesões diminuiu. As células cancerosas também se proliferaram mais lentamente", conta.
Outro experimento reforçou a hipótese do potencial quimiopreventivo. Camundongos saudáveis foram primeiro tratados com guaraná e depois receberam a injeção para a indução de tumor hepático. Quando analisados, constatou-se que havia menos lesões nesses animais em comparação a um grupo controle não alimentado com guaraná.
Fukumasu destaca que ainda não se pode afirmar que o guaraná tem algum tipo de eficiência no combate ao câncer. "Mas estamos formando uma ampla base de evidências para poder isolar, no extrato do guaraná, os princípios ativos responsáveis pelos efeitos que verificamos", explica.
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