Sementes de arroz que apresentavam menores valores de fluorescência de clorofila germinavam e originavam plântulas normais (imagem: divulgação)

Grupo usa técnicas de análise de imagens para avaliar a qualidade de sementes de interesse agrícola
24 de novembro de 2021

Trabalho pioneiro vem sendo conduzido com apoio da FAPESP no Laboratório de Análise de Imagens do Departamento de Produção Vegetal da Esalq-USP, que acaba de completar duas décadas de atividades

Grupo usa técnicas de análise de imagens para avaliar a qualidade de sementes de interesse agrícola

Trabalho pioneiro vem sendo conduzido com apoio da FAPESP no Laboratório de Análise de Imagens do Departamento de Produção Vegetal da Esalq-USP, que acaba de completar duas décadas de atividades

24 de novembro de 2021

Sementes de arroz que apresentavam menores valores de fluorescência de clorofila germinavam e originavam plântulas normais (imagem: divulgação)

 

Agência FAPESP* – O Laboratório de Análise de Imagens do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) completou recentemente duas décadas de atividades. Durante esse período, com apoio da FAPESP, foram realizadas pesquisas envolvendo sementes de várias espécies – incluindo grandes culturas agrícolas, hortaliças, gramíneas forrageiras e florestais –, utilizando diferentes técnicas não destrutivas de análise de imagens.

Além do aniversário de 20 anos, a equipe celebra em 2021 a marca de cem artigos científicos publicados em periódicos indexados. As pesquisas são focadas na resolução dos principais problemas enfrentados pelo setor de produção de sementes no Brasil como, por exemplo, a desuniformidade de maturação de sementes de arroz e a ocorrência de sementes esverdeadas de soja (que ainda contêm clorofila e que, portanto, não completaram o processo de maturação), com baixo potencial fisiológico.

Recentemente, foram desenvolvidos projetos que comprovaram a eficiência da técnica de fluorescência de clorofila (FC) na avaliação de sementes e plântulas de arroz e de soja. O método se baseia na capacidade da clorofila de emitir luz quando exposta a radiações com comprimentos de onda específicos.

Na dissertação do engenheiro agrônomo Artur Sousa Silva, orientada pelo professor Silvio Moure Cicero “Relações entre imagens de raios X, multiespectrais e de fluorescência de clorofila com o potencial fisiológico de sementes de arroz”, foram observadas relações entre os valores de FC das sementes e a germinação.

A técnica de análise da fluorescência de clorofila a partir de imagens multiespectrais também mostrou-se viável e eficiente na detecção de sementes esverdeadas de soja, permitindo estabelecer relações entre sua ocorrência e os danos causados ao potencial fisiológico das sementes.

Os resultados da tese de doutorado de Fabiano França da Silva, orientada por Cicero e intitulada “Relações entre a análise multiespectral e o potencial fisiológico de sementes de soja”, evidenciaram que o potencial fisiológico das sementes foi reduzido mediante a presença de mais de 4% de sementes esverdeadas. Níveis acima de 10% de sementes esverdeadas correlacionaram-se negativamente com a eficiência fotossintética das plântulas e das plantas, indicando danos ao aparato fotossintético.

As pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Análise de Imagens, atualmente sob a coordenação do professor Francisco Guilhien Gomes Junior, têm atraído o interesse de estudantes, professores e pesquisadores nacionais e estrangeiros.

A demanda crescente por qualificação impulsionou a realização de quatro edições do curso sobre análise de imagens de sementes e plântulas no laboratório, sendo as três últimas organizadas pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates).

Em 2018, a Esalq foi selecionada pela International Seed Testing Association (Ista), a mais importante associação internacional que reúne analistas de sementes, para sediar o Ista ATC Workshop on Seed Image Analysis. O evento contou com o apoio da FAPESP.

Considerando os participantes desses cinco eventos, os alunos de graduação e de pós-graduação da Esalq e de outras instituições do país e os bolsistas em programas de pós-doutoramento, a equipe do laboratório estima ter contribuído para a capacitação de aproximadamente 200 profissionais que atuam na área.

* Com informações do Laboratório de Análise de Imagens da Esalq-USP..
 

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