Projetos multidisciplinares e multicêntricos, com financiamento de longo prazo, alavancaram a pesquisa científica e tecnológica em São Paulo (imagem: Agência FAPESP)
Projetos multidisciplinares e multicêntricos, com financiamento de longo prazo, alavancaram a pesquisa científica e tecnológica em São Paulo
Projetos multidisciplinares e multicêntricos, com financiamento de longo prazo, alavancaram a pesquisa científica e tecnológica em São Paulo
Projetos multidisciplinares e multicêntricos, com financiamento de longo prazo, alavancaram a pesquisa científica e tecnológica em São Paulo (imagem: Agência FAPESP)
Agência FAPESP – Projetos de pesquisa transformadores, multidisciplinares e multicêntricos são tema do quarto fascículo da série de dez que compõem o livro FAPESP 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento, já disponível no site da Fundação.
Com o título “Grandes projetos, grandes resultados”, o fascículo cobre desde a iniciativa pioneira do Programa para o Desenvolvimento da Bioquímica (Bioq-FAPESP), iniciado em 1971, até a constituição dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), em 2000, passando pelo Projeto Genoma, lançado em 1977, e pelos programas temáticos e especiais, para mostrar o impacto da pesquisa em rede de colaboração e do financiamento de longo prazo no avanço da ciência paulista.
Os efeitos dessa estratégia de apoio, que, além da pesquisa, mira também as demandas da sociedade, da indústria e da economia, são destacados no artigo A ciência a serviço da sociedade, assinado por Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
No segundo artigo do fascículo, intitulado Geração e transferência de conhecimento Marta Arretche, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP) e ex-diretora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), destaca a missão dos CEPIDs, que, além de produzir pesquisa de excelência, devem buscar formas “criativas, amigáveis e ágeis de difusão e transferência do conhecimento para a sociedade” e de subsidiar políticas públicas.
A primeira reportagem do quarto fascículo, intitulada A arte de multiplicar cérebros e recursos , mostra o poder transformador do Bioq-FAPESP – que já contemplava o uso de equipamentos multiusuários –, dos projetos temáticos com até cinco anos de duração, do Genoma FAPESP, dos programas especiais, dos CEPIDs, dos Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs), dos programas de apoio à Inovação: o Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) e do Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). “São iniciativas mais estruturadas, de longa duração, que visam preencher lacunas importantes”, comenta no texto o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago.
A reportagem traz, ainda, entrevistas com Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP; Glaucius Oliva, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP); Marilza Vieira Cunha Rudge, da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista em Botucatu (FMB-Unesp); Helena Nader, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Luiz Gonzaga Belluzzo, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Roberto Marcondes Cesar Júnior, do Instituto de Matemática e Estatística (IME-USP); e Soraya Smaili, do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp).
Na segunda reportagem – Contribuições brasileiras a um ambiente futuro mais saudável – o foco está nos três grandes programas da FAPESP voltados a temas ambientais – de pesquisa em Bioenergia (BIOEN), em Biodiversidade (BIOTA) e em Mudanças Climáticas (PFPMCG) – que já subsidiaram o relatório Bioenergia e Sustentabilidade, que tem servido de base a debates internacionais; a posição brasileira na Conferência das Partes (COP) sobre Mudanças Climáticas de Paris, em 2015; as Diretrizes para a Conservação e Restauração do Estado de São Paulo, entre outros, além de apoiar centenas de projetos de pesquisa na área.
Trata, também, do projeto pioneiro da genômica brasileira, o sequenciamento da Xylella fastidiosa, que foi capa da revista Nature em julho de 2000 e impulso fundamental para o desenvolvimento da biologia molecular e da biotecnologia no país. Na reportagem, José Fernando Perez, diretor científico da FAPESP de 1993 a 2005, sublinha que o grande trunfo da Fundação foi “ter desenvolvido uma cultura proativa” a partir de uma proposta da comunidade científica, “com forte base em consultorias internas e externas”.
A segunda reportagem traz também entrevistas com Carlos Alfredo Joly, da Unicamp, e Jean Ometto, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), ambos da coordenação do BIOTA; além de Glaucia Souza, do Instituto de Química da USP e da coordenação do BIOEN; e Ademerval Garcia, presidente da Fundecitrus de 1994 a 2004.
A terceira reportagem trata da constituição e dos resultados dos CEPIDs, programa que teve o primeiro edital lançado em 1998, com o objetivo de constituir centros de pesquisa de excelência que também têm a missão de transferir tecnologia e difundir conhecimento para a sociedade, concebido nos mesmos moldes do Science and Technology Centers (STCs), da National Science Foundation (NSF).
Os CEPIDs e o PITE inspiraram a constituição dos Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs) e dos Centros de Pesquisa Aplicada (CPAs). No modelo de financiamento adotado, a empresa parceira e a FAPESP entram, cada uma delas, com 25% dos recursos e a instituição-sede do projeto com 50%, na forma de salários e infraestrutura. Desde o início do programa, 19 CPEs/CPAs já estão em funcionamento.
A reportagem traz entrevistas com Perez, Mayana Zatz, pesquisadora da USP e coordenadora do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL); Lício Augusto Velloso, da Unicamp e coordenador do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC); Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e responsável pelo Centro de Terapia Celular (CTC); Sérgio Adorno, da FFLCH-USP e coordenador do Centro para o Estudo da Violência (NEV); Eduardo Marques, coordenador do Centro de Estudos da Metrópole (CEM); e Carlos Henrique de Brito Cruz, que foi diretor científico da FAPESP entre 2005 e abril de 2020.
O quarto fascículo está disponível em: 60anos.fapesp.br/livro/fasciculo_04.
Os três primeiros fascículos do livro FAPESP 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento – “Seis décadas de realizações”, “DNA da Ciência Paulista” e “Pioneirismo Digital” – estão disponíveis no site comemorativo dos 60 anos da instituição: 60anos.fapesp.br/.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.