Segundo OCDE, China se torna o segundo país do mundo que mais investe em tecnologia, deixando o Japão para trás

Grande ou gigante?
18 de dezembro de 2006

Segundo relatório da OCDE, China passa Japão e se torna o segundo país no mundo que mais investe em ciência e tecnologia, mas o próprio governo chinês contesta os números

Grande ou gigante?

Segundo relatório da OCDE, China passa Japão e se torna o segundo país no mundo que mais investe em ciência e tecnologia, mas o próprio governo chinês contesta os números

18 de dezembro de 2006

Segundo OCDE, China se torna o segundo país do mundo que mais investe em tecnologia, deixando o Japão para trás

 

Agência FAPESP - Fechado o ano, a China ultrapassará o Japão e se tornará o segundo país no mundo que mais investe em ciência e tecnologia. Segundo a Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE), os chineses gastarão US$ 136 bilhões em 2006 no setor, contra US$ 130 bilhões do Japão.

Mas os números, presentes no relatório Science, Technology and Industry Outlook 2006, divulgado no dia 4 pela OCDE, têm provocado polêmica. O questionamento vem daquele que, pelo menos à primeira vista, parece ser o mais improvável dos lugares: a própria China.

De acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas da China, o país investirá este ano muito menos, cerca de US$ 36 bilhões. O que já seria muito, pois representa um aumento de 20% em relação aos gastos no setor feitos em 2005.

Segundo a agência de notícias SciDec.Net, a OCDE se defendeu afirmando que baseou seus números no poder de compra real do yuan dentro da China, que seria quase quatro vezes maior do que a atual taxa de conversão com o dólar norte-americano. Ou seja, esse cenário permitiria que um chinês conseguisse comprar quatro vezes mais com seu dinheiro em seu país do que se estivesse nos Estados Unidos com a quantia resultante do câmbio do dia.

Para Zeng Guoping, do Centro de Pesquisas STS, da Universidade Tsinghua, cálculos baseados no poder de compra estão errados, pois grande parte dos equipamentos necessários para a pesquisa é adquirida no exterior a preços internacionais.

Guoping também alertou que, apesar de apresentar uma das maiores taxas de crescimento em gastos em ciência e tecnologia no mundo, a China deveria investir mais em pesquisa básica, que hoje fica com apenas 5% do orçamento total no setor.

O relatório da OCDE indica também que o número de pesquisadores na China cresceu 77% entre 1995 e 2004, chegando aos atuais 926 mil – cada vez mais perto dos norte-americanos, que somam 1,3 milhão de cientistas. Os Estados Unidos lideram o ranking de investimentos no setor, com estimados US$ 330 bilhões em 2006. Os países da União Européia, somados, gastarão US$ 230 bilhões.

Mais informações sobre o relatório da OCDE: www.oecd.org


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