Gigantismo sob controle
03 de novembro de 2003

Pesquisador da Universidade de Brasília define escala para monitorar a presença de hormônios em pacientes que sofrem de crescimento excessivo

Gigantismo sob controle

Pesquisador da Universidade de Brasília define escala para monitorar a presença de hormônios em pacientes que sofrem de crescimento excessivo

03 de novembro de 2003

 

Por Kárin Fusaro

Agência FAPESP - Portadores de acromegalia estão sendo beneficiados por uma nova ferramenta de controle das taxas hormonais. Conhecida popularmente como gigantismo, a doença é causada por um tumor na hipófise, glândula que regula a produção do hormônio do crescimento. Enquanto em crianças e adolescentes ela representa alturas maiores que o normal, em adultos a doença provoca o crescimento excessivo das extremidades do corpo, como pés, mãos, queixo, orelhas e nariz.

Depois da retirada do tumor por meio de cirurgia, é necessário o acompanhamento das taxas de hormônios para saber se o paciente continua desenvolvendo a doença. "A dificuldade dos testes era saber quais níveis hormonais poderiam ser considerados normais em pessoas que já desenvolveram a acromegalia", disse o endocrinologista Augusto Florêncio Costa, professor adjunto da Faculdade de Medicina de Brasília, à Agência FAPESP.

O pesquisador criou um sistema que estabelece parâmetros para a quantidade de hormônio do crescimento presente no sangue. A intenção era verificar se o indivíduo que passou por cirurgia foi curado. "Às vezes, mesmo depois da remoção do tumor, o organismo continua produzindo mais hormônio do que o normal", disse Costa.

Estudando 56 pacientes sadios e 32 que haviam extraído tumores, o cientista concluiu que acromegálicos devem ter até 1 nanograma do hormônio por mililitro de sangue. Pessoas que nunca desenvolveram a doença, por exemplo, apresentam 0,025 nanograma pela mesma quantidade de sangue.

A acromegalia é uma doença que afeta 40 indivíduos em um milhão. Apesar de rara, ela provoca hipertensão arterial e diabetes, podendo até mesmo levar à morte.

Desenvolvido como trabalho de doutorado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, o estudo do pesquisador foi publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, uma das mais importantes publicações científicas mundiais da área.


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