Seminário na USP discute os grandes problemas ambientais da atualidade

Gestão do mundo real
25 de agosto de 2006

Em debate realizado na FEA/USP, por ocasião do lançamento do livro Para mudar o futuro, de Jacques Marcovitch, representantes dos setores acadêmico e privado discutem grandes problemas ambientais da atualidade

Gestão do mundo real

Em debate realizado na FEA/USP, por ocasião do lançamento do livro Para mudar o futuro, de Jacques Marcovitch, representantes dos setores acadêmico e privado discutem grandes problemas ambientais da atualidade

25 de agosto de 2006

Seminário na USP discute os grandes problemas ambientais da atualidade

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Mesmo que os grandes problemas ambientais globais da atualidade sejam olhados a partir de visões de mundo distintas pelos representantes dos setores acadêmico e privado, é fato que eles já estão muito presentes no dia-a-dia desses dois universos.

Dessa forma, preparar recursos humanos capacitados para enfrentar essas questões cruciais para o futuro da humanidade parece ser um grande consenso, conforme mostrado no seminário "Para mudar o futuro", realizado nesta quinta-feira (24/8), na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP).

"O que precisamos fazer, e esse debate colabora para isso, é preparar os jovens para assumir responsabilidades em relação aos problemas ambientais. E, assim, eles poderão mudar o futuro", disse Jacques Marcovitch, que no encerramento do seminário lançou o livro Para mudar o futuro, mudanças climáticas, políticas públicas e estratégias empresariais, co-editado pelas editoras Edusp e Saraiva.

O debate realizado em ocasião do lançamento da nova obra do ex-reitor da USP, se fez emergir o consenso de que o meio ambiente, a partir de uma visão interdisciplinar, deve estar presente na formação universitária de todas as carreiras, realçou alguns pontos de vista distintos sobre o cenário atual. Principalmente, quando se compara a primeira sessão do evento, protagonizada pelos representantes do setor privado, com a segunda, feita integralmente por professores universitários.

"Quando se fala em gestão ambiental é preciso que se discutam, por exemplo, os padrões de consumo dos dias atuais. Na própria universidade, as técnicas de pecuária ou de silvicultura normalmente ensinadas nem sempre deixam de ser nocivas para o meio ambiente ou para a saúde humana e animal", afirmou Antônio de Almeida Jr., coordenador do curso de Gestão Ambiental da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP.

Para Almeida Jr., as empresas e o governo, na maioria das vezes, desenvolvem ações para simplesmente gerir a percepção ambiental da sociedade. "O ideal é que seja feita a gestão do mundo real e não apenas das impressões que se têm dele", explica.

No caso das empresas presentes ao encontro – e todas as experiências contadas pelos representantes do setor privado constam do livro agora lançado – também fica claro o quanto o meio ambiente já está inserido nos planos estratégicos de muitos grupos.

No caso da Plantar Reflorestamentos, por exemplo, que desempenha atividades de siderurgia e produção de carvão vegetal, algumas iniciativas feitas para diminuir a emissão de carbono na atmosfera já renderam até dividendos econômicos, algo ainda pouco visto no mercado de venda de créditos de carbono.

Segundo o gerente da empresa, Fábio Marques, parte do 1,5 milhão de toneladas de carbono comercializadas com o Banco Mundial já foi até recebida. "Nosso objetivo agora é aprovar esse projeto de redução de emissões também no âmbito do Procolo de Kyoto. E o processo está andando muito bem", disse à Agência FAPESP.


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