IPT inaugura primeiro laboratório do Brasil em metodologia de fluidos. O espaço deverá ajudar no desenvolvimento de ferramentas importantes para a obtenção de materiais nanoestruturados para diversas aplicações
IPT inaugura primeiro laboratório do Brasil em metodologia de fluidos. O espaço deverá ajudar no desenvolvimento de ferramentas importantes para a obtenção de materiais nanoestruturados para diversas aplicações
Agência FAPESP - Não se trata de um filme de ficção científica. Muito por causa do avanço da nanotecnologia, dispositivos usados em larga escala pela indústria, como diversos tipos de sensores, estão cada vez mais reduzidos. A estimativa é que as próprias plantas industriais encolham fisicamente em até dez vezes no futuro próximo.
Sintonizado com esse contexto tecnológico, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) acaba de montar em sua sede, na Cidade Universitária, o primeiro Laboratório de Microfluidica do Brasil. Com essas instalações, os pesquisadores poderão investigar os fenômenos dos fluidos em micro e nanoescalas, além projetar e desenvolver dispositivos para áreas de biotecnologia, biomedicina e ambiental.
"Um dispositivo ‘microfluidico’ pode ser definido como um pequeno encapsulamento, de ordem de micrômetros a alguns milímetros de tamanho, que exerce uma determinada função de gestão de fluidos em microssistemas", explica o pesquisador Mario Gongora, um dos responsáveis pela implantação da nova unidade técnica do IPT, à Agência FAPESP.
Essas estruturas, segundo Gongora, manipulam pelo menos dois dos domínios da energia. "O fluido propriamente dito e o da eletricidade", conta. Normalmente, os dispositivos do mundo do muito pequeno são fabricados, via microtecnologia, a partir de diversos materiais como o silício, o vidro, a cerâmica e os polímeros.
No laboratório montado pelo IPT, que contou com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), será possível aplicar metodologias de fluidos em vazões muito pequenas, medidas em unidades como milímetros por hora ou microlitros por minuto.
Segundo Gongora, as possibilidades de aplicação da tecnologia agora disponível no IPT são variadas, de cosméticos a microcomponentes de informática como pontas de impressoras de jato de tinta. "Podem ser feitas, por exemplo, micropartículas para aplicações biomédicas que permitirão a micromedicação induzida pelos chamados pâncreas artificiais em diabéticos", disse.
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