Macaca Mulatta é o terceiro primata a ter o código genético decifrado, depois do homem e do chimpanzé (foto: Fundação Southwest)
Macaca mulatta é o terceiro primata a ter o código genético decifrado, depois do homem e do chimpanzé. Conquista é importante para a pesquisa em evolução e em diversas áreas da saúde humana
Macaca mulatta é o terceiro primata a ter o código genético decifrado, depois do homem e do chimpanzé. Conquista é importante para a pesquisa em evolução e em diversas áreas da saúde humana
Macaca Mulatta é o terceiro primata a ter o código genético decifrado, depois do homem e do chimpanzé (foto: Fundação Southwest)
As pesquisas que levaram ao seqüenciamento, realizadas por mais de 170 cientistas em 35 instituições de diversos países, tiveram seus resultados publicados em cinco artigos na edição desta sexta-feira (13/4) da revista Science.
Em linhas gerais, a seqüência do genoma do rhesus coincide com as dos humanos e dos chimpanzés em 97,5%. A semelhança entre os códigos genéticos do chimpanzé e do humano chega a 99%.
Para os cientistas, além de representar uma importante contribuição para pesquisas na área de saúde, o primeiro seqüenciamento de um macaco do velho mundo pode ajudar a compreender melhor o próprio homem.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Richard Gibbs, do Centro de Seqüenciamento do Genoma Humano da Escola Baylor de Medicina, nos Estados Unidos, a comparação dos três genomas de primatas será importante para pesquisas em evolução, neurociências, biologia comportamental, fisiologia reprodutiva, endocrinologia e estudos cardiovasculares.
"O genoma do macaco rhesus ajudará a compreender o que foi acrescentado ou apagado na linha evolutiva dos primatas, passando dessa espécie para o chimpanzé e para o humano. Isso é importante para entender o que faz de nós humanos", afirmou Gibbs.
Os pesquisadores identificaram cerca de 200 genes que mostram evidências de seleção positiva durante a evolução, tornando-os potenciais candidatos para determinar as diferenças entre espécies primatas. Esses genes estão envolvidos com a formação de pêlos, resposta imune, proteínas de membranas e fusão entre ovo e esperma.
Pela abundância de espécimes e pela semelhança genética e fisiológica com os humanos, o macaco rhesus é utilizado freqüentemente na pesquisa biomédica. A espécie é conhecida por seu papel em estudos que determinaram o fator RH e a vacina da poliomielite, além de serem importantes para a pesquisa sobre doenças neurológicas e comportamentais.
Justamente por isso, segundo os artigos, os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que algumas formas normais das proteínas do macaco são semelhantes às proteínas humanas com patologias. O principal exemplo é a fenilcetonúria, que pode levar a danos cerebrais e retardamento mental em humanos ao causar defeito em uma determinada enzima.
O DNA utilizado para o seqüenciamento do genoma do rhesus foi retirado de uma macaca da Fundação Southwest para Pesquisa Biomédica, de San Antonio, no Texas.
Os artigos sobre o seqüenciamento do macaco rhesus porem ser lidos por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
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