Macaca Mulatta é o terceiro primata a ter o código genético decifrado, depois do homem e do chimpanzé (foto: Fundação Southwest)

Genoma do macaco rhesus é seqüenciado
13 de abril de 2007

Macaca mulatta é o terceiro primata a ter o código genético decifrado, depois do homem e do chimpanzé. Conquista é importante para a pesquisa em evolução e em diversas áreas da saúde humana

Genoma do macaco rhesus é seqüenciado

Macaca mulatta é o terceiro primata a ter o código genético decifrado, depois do homem e do chimpanzé. Conquista é importante para a pesquisa em evolução e em diversas áreas da saúde humana

13 de abril de 2007

Macaca Mulatta é o terceiro primata a ter o código genético decifrado, depois do homem e do chimpanzé (foto: Fundação Southwest)

 

Agência FAPESP – Um consórcio internacional acaba de anunciar o seqüenciamento do genoma do macaco rhesus (Macaca mulatta). A espécie, que divergiu dos ancestrais do homem moderno há cerca de 25 milhões de anos, é agora o terceiro primata com o código genético desvendado. O genoma humano foi seqüenciado em 2001 e o do chimpanzé (Pan troglodytes) – que divergiu dos humanos há 6 milhões de anos – em 2005.

As pesquisas que levaram ao seqüenciamento, realizadas por mais de 170 cientistas em 35 instituições de diversos países, tiveram seus resultados publicados em cinco artigos na edição desta sexta-feira (13/4) da revista Science.

Em linhas gerais, a seqüência do genoma do rhesus coincide com as dos humanos e dos chimpanzés em 97,5%. A semelhança entre os códigos genéticos do chimpanzé e do humano chega a 99%.

Para os cientistas, além de representar uma importante contribuição para pesquisas na área de saúde, o primeiro seqüenciamento de um macaco do velho mundo pode ajudar a compreender melhor o próprio homem.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Richard Gibbs, do Centro de Seqüenciamento do Genoma Humano da Escola Baylor de Medicina, nos Estados Unidos, a comparação dos três genomas de primatas será importante para pesquisas em evolução, neurociências, biologia comportamental, fisiologia reprodutiva, endocrinologia e estudos cardiovasculares.

"O genoma do macaco rhesus ajudará a compreender o que foi acrescentado ou apagado na linha evolutiva dos primatas, passando dessa espécie para o chimpanzé e para o humano. Isso é importante para entender o que faz de nós humanos", afirmou Gibbs.

Os pesquisadores identificaram cerca de 200 genes que mostram evidências de seleção positiva durante a evolução, tornando-os potenciais candidatos para determinar as diferenças entre espécies primatas. Esses genes estão envolvidos com a formação de pêlos, resposta imune, proteínas de membranas e fusão entre ovo e esperma.

Pela abundância de espécimes e pela semelhança genética e fisiológica com os humanos, o macaco rhesus é utilizado freqüentemente na pesquisa biomédica. A espécie é conhecida por seu papel em estudos que determinaram o fator RH e a vacina da poliomielite, além de serem importantes para a pesquisa sobre doenças neurológicas e comportamentais.

Justamente por isso, segundo os artigos, os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que algumas formas normais das proteínas do macaco são semelhantes às proteínas humanas com patologias. O principal exemplo é a fenilcetonúria, que pode levar a danos cerebrais e retardamento mental em humanos ao causar defeito em uma determinada enzima.

O DNA utilizado para o seqüenciamento do genoma do rhesus foi retirado de uma macaca da Fundação Southwest para Pesquisa Biomédica, de San Antonio, no Texas.

Os artigos sobre o seqüenciamento do macaco rhesus porem ser lidos por assinantes da Science em www.sciencemag.org.


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