Estudo feito com criminosos descreve descoberta de mutação que pode predispor portadores a adoção de atos impulsivos (Nature)

Gene da impulsividade
23 de dezembro de 2010

Estudo feito com criminosos e publicado na Nature descreve descoberta de mutação que pode predispor portadores a adoção de atos impulsivos

Gene da impulsividade

Estudo feito com criminosos e publicado na Nature descreve descoberta de mutação que pode predispor portadores a adoção de atos impulsivos

23 de dezembro de 2010

Estudo feito com criminosos descreve descoberta de mutação que pode predispor portadores a adoção de atos impulsivos (Nature)

 

Agência FAPESP – A impulsividade tem sido relacionada a vários distúrbios psiquiátricos e também a formas diferentes de comportamento violento. Um novo estudo acaba de descobrir uma mutação que pode predispor seus portadores a reagir sob o impulso do momento e de maneira irrefletida.

A pesquisa foi feita com 96 presidiários na Finlândia por um grupo internacional e teve seus resultados publicados na edição desta quinta-feira (23/12) da revista Nature.

A mutação está presente no gene HTR2B, um receptor de serotonina, neurotransmissor que atua no controle de impulsos. A descoberta foi feita após os pesquisadores sequenciarem e compararem o DNA de condenados por crimes violentos com um grupo controle.

Denominada HTR2B Q20, a mutação se mostrou três vezes mais presente entre os presidiários do que nos demais. Os 17 condenados que carregavam a mutação (do total de 96 analisados) cometeram em média cinco crimes violentos, 94% dos quais sob a influência de bebidas alcoólicas. Os crimes se constituíram em reações agressivas a eventos menores sem premeditação ou ganho financeiro.

Apesar de a presença da mutação ter se mostrado mais frequente nos criminosos, os cientistas ressaltam que sua presença não é suficiente para provocar ou prever o comportamento impulsivo.

Segundo Laura Bevilacqua, do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos, e colegas, outros fatores devem ser levados em conta ao se discutir o tema, como gênero, níveis de estresse ou consumo de álcool. Por conta disso, reforçam, mais estudos são necessários para entender melhor o papel particular dessa mutação descoberta agora.

O artigo A population-specific HTR2B stop codon predisposes to severe impulsivity (doi:10.1038/nature09629), de Laura Bevilacqua e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
 

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