Pesquisadora da Unicamp desenvolve fórmula para caldo de cana que pode ser conservado por seis meses (foto: Eduardo Cesar)
Pesquisadora da Unicamp desenvolve fórmula para caldo de cana que pode ser conservado por um período médio de seis meses. A idéia é produzir a bebida em escala industrial para ser comercializada no país e no exterior
Pesquisadora da Unicamp desenvolve fórmula para caldo de cana que pode ser conservado por um período médio de seis meses. A idéia é produzir a bebida em escala industrial para ser comercializada no país e no exterior
Pesquisadora da Unicamp desenvolve fórmula para caldo de cana que pode ser conservado por seis meses (foto: Eduardo Cesar)
Agência FAPESP - Caldo de cana com suco de abacaxi, limão ou maracujá, pronto para beber, poderá chegar em breve às prateleiras dos supermercados no Brasil e também no exterior. De acordo com os resultados de uma pesquisa desenvolvida no Laboratório de Frutas, Hortaliças e Produtos Açucarados da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a industrialização do produto é uma boa alternativa para evitar a rápida fermentação e a falta de higiene durante a extração do produto, que favorece a proliferação de microrganismos prejudiciais à saúde.
Quando extraído in natura o caldo de cana entra em contato com o oxigênio e acaba escurecendo rapidamente. Para ser industrializado, o produto precisa passar por um processo brando de clarificação, semelhante ao utilizado na produção de açúcar.
"Trata-se de uma associação entre aquecimento e mudanças de PH da bebida para gerar a alcalinização do caldo, com a adição de doses de policloreto de alumínio", disse a engenheira agrônoma Patrícia Prati, responsável pelo estudo, à Agência FAPESP. "Depois desse processo, adicionamos o suco de frutas ácidas e o caldo passa por um processo final de pasteurização e refrigeração, para que o líquido seja conservado por mais tempo."
Com a tecnologia é possível manter o caldo de cana nas prateleiras com uma validade média de seis meses, segundo Patrícia. O objetivo agora é que alguma empresa adote a tecnologia para que o produto seja engarrafado e comercializado em supermercados. "O produto desenvolvido na pesquisa obedece todas as normas estabelecidas pelos ministérios da Saúde e da Agricultura", disse.
Entre as vantagens em se industrializar o caldo de cana está o fato de a bebida poder ser encontrada nas prateleiras em qualquer época do ano, independentemente do período da safra, além da possibilidade de ser vendida no exterior e em outros Estados brasileiros que não contam com plantações de cana.
A pesquisa de Patrícia foi apresentada na tese de doutoramento Desenvolvimento de Processos para Estabilização de Caldo de Cana Adicionado de Sucos de Frutas Ácidas, apresentada junto à FEA/Unicamp, orientada pelo professor Roberto Hermínio Moretti.
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