Premiação foi realizada nesta quarta-feira, em São Paulo (fotos: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

Prêmios
Ganhadores do Prêmio Ciência para Todos são homenageados no Museu Catavento
07 de novembro de 2024

Alunos de Campinas, Cachoeira Paulista e Tanabi venceram na categoria Ensino Médio; e os de Gavião Peixoto, São Carlos e Botucatu conquistaram o prêmio na categoria Ensino Fundamental

Prêmios
Ganhadores do Prêmio Ciência para Todos são homenageados no Museu Catavento

Alunos de Campinas, Cachoeira Paulista e Tanabi venceram na categoria Ensino Médio; e os de Gavião Peixoto, São Carlos e Botucatu conquistaram o prêmio na categoria Ensino Fundamental

07 de novembro de 2024

Premiação foi realizada nesta quarta-feira, em São Paulo (fotos: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

 

Agência FAPESP – Professores e alunos do ensino básico reuniram-se ontem (06/11) no Museu Catavento, na capital paulista, para homenagear as seis equipes que tiveram projetos contemplados com o Prêmio Ciência para Todos – iniciativa da FAPESP em parceria com a Fundação Roberto Marinho, por meio do Canal Futura, para incentivar o desenvolvimento de atividades científicas na rede pública de ensino.

O edital, que mobilizou 180 escolas públicas do Estado de São Paulo, convidou os alunos a identificar um problema da comunidade – à luz de um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) –, analisá-lo e, utilizando métodos da ciência, propor uma solução. Antes de submeter seus estudos, todos os professores e estudantes participaram de jornadas formativas em plataforma on-line do Canal Futura, com orientações sobre o desenvolvimento de projetos de pesquisa e produção audiovisual – o edital previa que as propostas fossem apresentadas também em vídeo.

“A nossa intenção é mostrar que a ciência não se faz apenas em laboratórios fechados; ela é parte da vida diária. Os jovens vão construir a sociedade do futuro e é importante que eles saibam que os problemas podem ser resolvidos com a lógica do método científico”, afirmou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.

Para João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, a escola, como ambiente de aprendizagem, é um espaço único, porque envolve o convívio com pessoas diferentes e com experiências diversas. “Aí se aprende mais e melhor, já que envolve também a defesa de ideias e de pontos de vista.”

“Sem a ciência não há desenvolvimento sustentável, consciente e sólido de uma nação. E não faremos ciência sem recursos humanos. E isso só será possível se houver entusiasmo e motivação dos jovens”, completou Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, que, no evento, representou o governador Tarcísio de Freitas.

O evento teve como anfitrião Sérgio Freitas, presidente do Conselho de Administração da Catavento Cultural e Educacional, e contou com a presença de Renato Nalini, secretário-executivo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Suzan Pantaroto de Vasconcellos, pró-reitora adjunta de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Fernando Menezes, diretor administrativo da FAPESP; e Milton Flavio M. Lautenschlager, assessor da presidência da Fundação.

Projetos premiados

Na categoria Ensino Médio, foram vencedores professores e alunos do Instituto Federal de São Paulo, em Campinas, bem como os das Escolas Estaduais Severino Moreira Barbosa, em Cachoeira Paulista, e Padre Fidelis, em Tanabi.

Os alunos do Instituto Federal de São Paulo venceram com o projeto “Menstruei, e agora?? Absorvente na hora!!”, com orientação do professor Edson Duarte. Eles desenvolveram um distribuidor automático de absorventes individuais para uso emergencial de alunas e servidoras da escola. Atualmente, o produto é regulamentado e distribuído gratuitamente na instituição, mas, quem precisasse, tinha de ir até a secretaria, que fica distante do banheiro, para solicitar o absorvente. Além disso, compartilhar essa demanda com os funcionários pode, para algumas alunas, ser constrangedor. A proposta do grupo busca resolver o problema e facilitar o acesso ao produto no banheiro da escola. A proposta se enquadra no ODS 3: Saúde e Bem-Estar.

 

A equipe da Escola Estadual Severino Moreira Barbosa venceu com o projeto “Estudo etnobotânico de plantas medicinais utilizadas por moradores da zona rural de Cachoeira Paulista-SP”, contemplando os ODS 3 (Saúde e Bem-Estar) e 4 (Educação de Qualidade). O objetivo do projeto é promover a integração entre o saber popular dos residentes da cidade e o conhecimento científico, prestigiando as duas linhas como formas complementares de informação e compreensão de mundo. Os estudantes visitaram moradores da região que utilizam plantas medicinais para entender desde a coleta das espécies, passando pelo preparo, armazenamento e utilização, e também coletaram algumas amostras para catalogação após período de prensagem e de uma pesquisa com outros colegas e familiares para entender o nível de familiaridade deles com o tema. Como resultado, criaram um jogo de plantas medicinais para testar conhecimentos e ensinar a respeito da medicina natural.

 

Em Tanabi, alunos do Itinerário Técnico em Agronegócio da Escola Estadual Padre Fidelis conquistaram o prêmio com o projeto “Água e meio ambiente”, orientado pela professora Natália Regina Cesaretto, no âmbito do ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis). Na pesquisa foram as seguintes ações: revitalização dos espelhos d’água em conjunto com o trabalho que a Prefeitura Municipal já realiza na região; análise e acompanhamento da evolução da água do espelho a ser revitalizado, conscientizando a população sobre a importância de preservar o meio ambiente; reflorestamento ambiental da área; estudo sobre a piscicultura; soltura e criação de peixes no local para atender demandas das populações carentes.

 

Na categoria Ensino Fundamental, conquistaram a premiação as equipes da Escola Estadual Jesuíno de Arruda, em São Carlos, e das escolas municipais de Ensino Fundamental Dr. João Maria de Araújo, em Botucatu, e Ermides Barsaglini Gulla, em Gavião Peixoto.

Em São Carlos, a equipe da Escola Estadual Jesuíno de Arruda foi premiada com o projeto “Com que roupa eu vou? Desconstruindo estereótipos de gênero, para construir um ambiente escolar mais inclusivo”, orientado pela professora Simoni Camila Bogni. Com foco no ODS 5 (Igualdade de Gênero), o trabalho analisou o comportamento dos estudantes em relação à desigualdade de gênero no ambiente escolar e propôs ações práticas para combatê-la. A pesquisa abordou a liberdade de expressão e situações de desigualdade de gênero, entre outros. A partir dos dados, uma série de atividades foi realizada: ação de conscientização sobre machismo, ação contra a rivalidade feminina, batalha de rimas femininas (Batalha das Minas) e, ainda, uma ação dedicada ao compartilhamento de talentos femininos. As atividades foram positivas, não apenas diminuindo os conflitos e estimulando a colaboração entre os alunos, mas também fortalecendo o senso de comunidade e o pertencimento dos membros da escola.

 

Os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. João Maria de Araújo, em Botucatu, garantiram o prêmio com o projeto “Mentes saudáveis, futuro brilhante: promovendo a saúde mental dos jovens”, orientado pelo professor Vinicius Nunes Alves. Tendo como premissa o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), o grupo estudou e produziu materiais sobre a saúde mental na adolescência por meio das etapas de investigação literária do tema, contato com especialistas da área, produção de materiais e divulgação. Uma pesquisa com jovens de 14 a 19 anos foi realizada na instituição e uma palestra com a temática de saúde mental foi ministrada pela professora da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB-Unesp) e especialista em psiquiatria Maria Cristina Pereira Lima. Além disso, os estudantes fizeram visitas aos laboratórios da Unidade de Pesquisa Experimental (Unipex) da FMB-Unesp, com o intuito de aprender sobre a importância das pesquisas científicas em saúde física e mental.

 

Em Gavião Peixoto, os alunos da Escola de Ensino Fundamental Ermides Barsaglini Gulla, orientados pela professora Laís Pieroni, desenvolveram o projeto “Práticas transformadoras na educação escolar: uso de um Parque Ecológico Municipal como recurso pedagógico para a popularização da Ciência e da Educação Ambiental”. A pesquisa teve origem no reconhecimento da subutilização do Parque Ecológico Municipal de Gavião Peixoto em aulas práticas, além da falta de um programa de visitas monitoradas para escolas. Assim, o grupo buscou entender a importância do território para estudantes e moradores da região, aproveitando o espaço como recurso pedagógico interdisciplinar e incentivando a interação entre escola e comunidade local. O projeto teve como base os ODS 4 (Educação de Qualidade), 6 (Água Potável e Saneamento), 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima), 14 (Vida na Água) e 15 (Vida Terrestre).

Os professores e estudantes premiados em cada uma das categorias terão a oportunidade de visitar um centro de pesquisa apoiado pela FAPESP e os professores proponentes, responsáveis pelos projetos e orientadores das equipes premiadas, receberão também um notebook.
 

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