Cientistas descobrem que erupção no Vesúvio há 3.780 anos foi ainda mais forte do que a que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79 (foto: divulgação)

Fúria devastadora
07 de março de 2006

Cientistas descobrem que erupção no Vesúvio há 3.780 anos foi ainda mais forte do que a que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79. Vulcão é o único que entrou em erupção nos últimos cem anos na Europa continental

Fúria devastadora

Cientistas descobrem que erupção no Vesúvio há 3.780 anos foi ainda mais forte do que a que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79. Vulcão é o único que entrou em erupção nos últimos cem anos na Europa continental

07 de março de 2006

Cientistas descobrem que erupção no Vesúvio há 3.780 anos foi ainda mais forte do que a que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79 (foto: divulgação)

 

Agência FAPESP - No ano de 79, uma erupção do monte Vesúvio, no sul da Itália, destruiu a cidade de Pompéia, num dos mais piores desastres naturais da história. Mas, apesar da violência, o evento não foi tão devastador quanto outro caudado pelo mesmo vulcão 18 séculos antes.

Um estudo feito por um grupo de pesquisadores da Itália e dos Estados Unidos identificou os registros de uma erupção que levou a uma devastação que durou séculos na região onde hoje se encontra a cidade de Nápoles. O evento teria ocorrido há cerca de 3.780 anos, durante a Idade do Bronze, enterrando vilas e tudo o que havia no caminho em até 25 quilômetros a partir do monte.

Os resultados da pesquisa serão publicados esta semana na edição on-line e em breve na versão impressa dos Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

O grupo liderado pelo norte-americano Michael Sheridan, da Universidade de Buffalo, analisou evidências arqueológicas e geológicas da chamada erupção de Avelino. Registros da vida na vila pré-histórica, bem preservados por sedimentos vulcânicos, foram localizados a cerca de 15 quilômetros ao nordeste do Vesúvio.

Os pesquisadores escavaram os esqueletos de um homem e de uma mulher, além de ossos de animais, como cabras. Em outro ponto próximo, mais ao norte do vulcão, foram encontrados milhares de marcas de pegadas humanas e de animais, solidificadas na cinza que endureceu. Os sinais indicam uma rápida e massiva evacuação da área devastada.

Segundo os cientistas, após a erupção de Avelino, alguns assentamentos foram levantados, mas logo esvaziados, devido à extrema devastação ambiental na região.

"A maioria dos fugitivos provavelmente sobreviveu, mas a desertificação completa causou um colapso social e demográfico e o abandono de toda a área por séculos", afirmam os autores.

Os pesquisadores apontam que uma erupção similar nos dias de hoje destruiria a região de Nápoles e que os resultados do estudo podem ser úteis para a formulação de planos de evacuação. Atualmente, cerca de 3 milhões de pessoas residem na área afetada pela erupção de Avelino.

O Vesúvio é o único vulcão na Europa continental que entrou em erupção nos últimos cem anos. Está situado em uma baía a cerca de nove quilômetros de Nápoles. No ano de 79, as cidades de Pompéia, Herculano e Estábia foram cobertas por uma camada de até dois metros de espessura de lava quente e outra bem maior de cinzas e pedras lançadas pelo vulcão. Estima-se que mais de 20 mil pessoas morreram. Desde então, o monte de 1.281 metros experimentou diversas outras erupções, a última em 1944, mas nenhuma tão devastadora.

O artigo The Avellino 3780-yr-B.P. catastrophe as a worst-case scenario for a future eruption at Vesuvius, de Michael Sheridan, Lucia Pappalardo, Giuseppe Mastrolorenzo e Pierpaolo Petrone, poderá ser lido no site da Pnas, em www.pnas.org.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.