Cientistas descobrem que erupção no Vesúvio há 3.780 anos foi ainda mais forte do que a que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79 (foto: divulgação)
Cientistas descobrem que erupção no Vesúvio há 3.780 anos foi ainda mais forte do que a que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79. Vulcão é o único que entrou em erupção nos últimos cem anos na Europa continental
Cientistas descobrem que erupção no Vesúvio há 3.780 anos foi ainda mais forte do que a que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79. Vulcão é o único que entrou em erupção nos últimos cem anos na Europa continental
Cientistas descobrem que erupção no Vesúvio há 3.780 anos foi ainda mais forte do que a que destruiu a cidade de Pompéia no ano 79 (foto: divulgação)
Um estudo feito por um grupo de pesquisadores da Itália e dos Estados Unidos identificou os registros de uma erupção que levou a uma devastação que durou séculos na região onde hoje se encontra a cidade de Nápoles. O evento teria ocorrido há cerca de 3.780 anos, durante a Idade do Bronze, enterrando vilas e tudo o que havia no caminho em até 25 quilômetros a partir do monte.
Os resultados da pesquisa serão publicados esta semana na edição on-line e em breve na versão impressa dos Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
O grupo liderado pelo norte-americano Michael Sheridan, da Universidade de Buffalo, analisou evidências arqueológicas e geológicas da chamada erupção de Avelino. Registros da vida na vila pré-histórica, bem preservados por sedimentos vulcânicos, foram localizados a cerca de 15 quilômetros ao nordeste do Vesúvio.
Os pesquisadores escavaram os esqueletos de um homem e de uma mulher, além de ossos de animais, como cabras. Em outro ponto próximo, mais ao norte do vulcão, foram encontrados milhares de marcas de pegadas humanas e de animais, solidificadas na cinza que endureceu. Os sinais indicam uma rápida e massiva evacuação da área devastada.
Segundo os cientistas, após a erupção de Avelino, alguns assentamentos foram levantados, mas logo esvaziados, devido à extrema devastação ambiental na região.
"A maioria dos fugitivos provavelmente sobreviveu, mas a desertificação completa causou um colapso social e demográfico e o abandono de toda a área por séculos", afirmam os autores.
Os pesquisadores apontam que uma erupção similar nos dias de hoje destruiria a região de Nápoles e que os resultados do estudo podem ser úteis para a formulação de planos de evacuação. Atualmente, cerca de 3 milhões de pessoas residem na área afetada pela erupção de Avelino.
O Vesúvio é o único vulcão na Europa continental que entrou em erupção nos últimos cem anos. Está situado em uma baía a cerca de nove quilômetros de Nápoles. No ano de 79, as cidades de Pompéia, Herculano e Estábia foram cobertas por uma camada de até dois metros de espessura de lava quente e outra bem maior de cinzas e pedras lançadas pelo vulcão. Estima-se que mais de 20 mil pessoas morreram. Desde então, o monte de 1.281 metros experimentou diversas outras erupções, a última em 1944, mas nenhuma tão devastadora.
O artigo The Avellino 3780-yr-B.P. catastrophe as a worst-case scenario for a future eruption at Vesuvius, de Michael Sheridan, Lucia Pappalardo, Giuseppe Mastrolorenzo e Pierpaolo Petrone, poderá ser lido no site da Pnas, em www.pnas.org.
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