Pesquisa indica que fungos como o Aspergillus niger podem ajudar a tratar solos contaminados (foto: CPqLMD/Fiocruz)
Pesquisa da Fiocruz indica que alguns fungos encontrados na Amazônia têm grande potencial biotecnológico e podem ajudar a tratar solos contaminados por resíduos tóxicos
Pesquisa da Fiocruz indica que alguns fungos encontrados na Amazônia têm grande potencial biotecnológico e podem ajudar a tratar solos contaminados por resíduos tóxicos
Pesquisa indica que fungos como o Aspergillus niger podem ajudar a tratar solos contaminados (foto: CPqLMD/Fiocruz)
Agência FAPESP - Substituir a utilização de produtos químicos por microrganismos no tratamento de solos contaminados por resíduos tóxicos, de modo a reduzir custos e riscos ambientais. Essa é a proposta do método conhecido como biorremediação, que na Amazônia tem sido experimentado com fungos encontrados na região.
A pesquisa é do Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (CPqLMD), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Manaus. O estudo é impulsionado pela criação de um oleoduto da Petrobrás na bacia de Urucu, para levar petróleo extraído do município de Coari à refinaria em Manaus.
"Como acidentes são passíveis de ocorrer em oleodutos, nosso objetivo é investigar microrganismos encontrados na região amazônica que possam vir a ser utilizados na descontaminação do meio ambiente por derramamento de petróleo e derivados", disse Ormezinda Celeste Fernandes, coordenadora do projeto, à Agência FAPESP.
Os pesquisadores isolaram 57 amostras do solo e realizaram testes enzimáticos qualitativos. Os fungos do gênero Aspergillus se mostraram eficientes no combate à degradação dos solos. Segundo a bióloga, das amostras de Aspergillus pesquisadas, 93% demonstraram produzir enzimas de interesse biotecnológico. "Entre todos os fungos analisados, o Aspergillus niger foi o que apresentou maior viabilidade de produção de enzimas, como as celulases e as fenoloxidases", conta Ormezinda.
As celulases são utilizadas para tratamento de efluentes da indústria têxtil, por exemplo, enquanto as fenoloxidases podem ser usadas para a biorremediação de petróleo. A pesquisadora explica que a grande vantagem do projeto é que os Aspergillus são microrganismos encontrados em abundância na região amazônica. "Esses fungos produzem enzimas que podem evitar a degradação dos solos por resíduos de petróleo. Além disso, o procedimento é muito mais barato e menos tóxico do que a utilização de produtos químicos", afirma.
Durante os testes que comprovaram o potencial dos Aspergillus quanto à capacidade de degradar o petróleo, cerca de 90% das amostras analisadas apresentaram crescimento microbiano capaz de promover o desaparecimento gradativo do substrato.
"Isso confirma a ação oxidativa do Aspergillus, que utiliza os carbonos presentes no petróleo para obter energia e crescer. O microrganismo usa o óleo para sobreviver e, ao mesmo tempo, limpa o ambiente", diz.
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