Marco Antonio Zago (à esquerda) e o príncipe Charles-Philippe d’Orléans (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)
Instituição de origem europeia inaugurou filial em São Paulo e busca acordos que viabilizem o financiamento de bolsas para pesquisadores latino-americanos
Instituição de origem europeia inaugurou filial em São Paulo e busca acordos que viabilizem o financiamento de bolsas para pesquisadores latino-americanos
Marco Antonio Zago (à esquerda) e o príncipe Charles-Philippe d’Orléans (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)
Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Dirigentes da FAPESP reuniram-se com representantes da Fundação Príncipe Albert II de Mônaco no dia 24 de outubro para discutir possibilidades de colaboração em pesquisas ambientais na América Latina.
A instituição, fundada em 2006, está presente em 12 países e abriu recentemente uma filial em São Paulo com a intenção de impulsionar pesquisas em três áreas principais: combate às mudanças climáticas, proteção da biodiversidade e preservação dos recursos hídricos e dos oceanos. Entre os representantes do comitê de desenvolvimento para a América Latina da fundação figuram o fotógrafo Sebastião Salgado, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, o climatologista Carlos Nobre e o engenheiro florestal Tasso Azevedo.
“O intuito da Fundação Príncipe Albert II no Brasil é estreitar nossa presença na América Latina e financiar pesquisadores e projetos de pesquisa nesses três temas específicos. Para isso estamos visitando potenciais parceiros. Acredito que podemos criar uma sinergia com a FAPESP e trabalharmos juntos”, afirmou o vice-presidente-executivo da filial da fundação, o príncipe Charles-Philippe d’Orléans.
Ele contou também que o chefe monegasco, o príncipe Albert II, virá ao Brasil para participar da COP-30, que será realizada em Belém (PA) em novembro de 2025. “Nosso intuito, portanto, é preparar acordos de parceria ou criação de institutos que possam ser lançados por ele durante sua visita ao país”, disse.
O presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, apresentou os programas BIOTA, voltado a apoiar estudos sobre biodiversidade; BIOEN, com foco em bioenergia; de Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG); e PROASA, sobre o Atlântico Sul e a Antártica.
“No caso do BIOTA, além de ampliar o conhecimento em biodiversidade, ele tem um caráter importante de influenciar a formulação de políticas públicas. Já no PROASA, que é o programa mais recente entre os apresentados, estamos trabalhando ao lado de pesquisadores argentinos e uruguaios, visto que a quantidade de dados disponíveis sobre o Atlântico Sul é surpreendentemente escassa em comparação, por exemplo, com o Atlântico Norte”, disse o presidente da FAPESP.
“Portanto, há uma perspectiva muito favorável. Cobrimos todas as áreas, mas talvez seja possível encurtar caminhos começando com a pesquisa oceanográfica e os aspectos de biodiversidade. Há também outra possibilidade, mais robusta, de criar institutos internacionais, como o Centro Internacional de Pesquisa Worlds in Transitions, uma parceria entre a USP [Universidade de São Paulo] e o CNRS [Centre National de la Recherche Scientifique, da França]. Ou o Institut Pasteur de São Paulo”, contou Zago.
O príncipe Charles-Philippe d’Orléans afirmou que sua instituição tem interesse tanto na criação de novos centros quanto no financiamento de bolsas. “Mônaco é um país pequeno, com uma comunidade científica pequena, mas com muita influência. A ideia, portanto, é encontrar projetos diversos, que tenham relação com o Brasil e a América Latina. Nos acordos que viermos a realizar, poderemos financiar pesquisadores brasileiros ou de outros países da América Latina”, disse.
Também participaram da reunião José Góis Chilão e Paulo Hime Funari, respectivamente coordenador e secretário da Fundação Príncipe Albert II de Mônaco. Por parte da FAPESP estiveram presentes: Fernando Menezes, diretor administrativo; Connie McManus, gerente de Colaborações em Pesquisa; Raul Machado Neto e Claudia Toni, assessores da Presidência; e Nadége Mézié, assessora da Gerência de Colaborações em Pesquisa.
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