Escola São Paulo de Ciência Avançada reuniu 440 cientistas e estudantes do Brasil e do exterior para debater os últimos avanços do conhecimento na área de processos redox em biomedicina (divulgação)
Escola São Paulo de Ciência Avançada reuniu 440 cientistas e estudantes do Brasil e do exterior para debater os últimos avanços do conhecimento na área de processos redox em biomedicina
Escola São Paulo de Ciência Avançada reuniu 440 cientistas e estudantes do Brasil e do exterior para debater os últimos avanços do conhecimento na área de processos redox em biomedicina
Escola São Paulo de Ciência Avançada reuniu 440 cientistas e estudantes do Brasil e do exterior para debater os últimos avanços do conhecimento na área de processos redox em biomedicina (divulgação)
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Os mais de 440 pesquisadores, docentes e estudantes que participaram da 1ª São Paulo Advanced School on Redox Processes in Biomedicine, entre os dias 13 e 21 de agosto, puderam debater e conhecer estudos que, em breve, irão expandir as fronteiras do conhecimento na área de processos celulares redox em biomedicina.
Os processos celulares redox envolvem a formação de radicais livres e outras espécies reativas de oxigênio, cujo papel é fundamental para a sinalização celular.
Os mecanismos dependentes de processos redox estão envolvidos em vários aspectos da fisiologia normal das células e da fisiopatologia de inúmeras doenças. O avanço do conhecimento na área poderá levar a alvos para o teste de terapias convencionais, gênicas e celulares.
O evento, realizado em São Pedro (SP), no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) – modalidade de apoio da FAPESP – foi organizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Processos Redox em Biomedicina e incorporou sua programação ao 7º Congresso do Grupo Sul-Americano da Sociedade de Radicais Livres, Biologia e Medicina (SFRBM, na sigla em inglês).
A principal característica do evento consistiu em não se limitar à revisão avançada de aspectos básicos da biologia redox, de acordo com o coordenador da ESPCA, Francisco Laurindo, professor do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP).
“Todas as conferências e discussões tiveram foco nos últimos avanços do conhecimento – do ponto de vista conceitual e analítico – sobre processos redox. Os participantes compartilharam as pesquisas que em breve se tornarão artigos de primeira grandeza em revistas internacionais de altíssimo impacto”, disse Laurindo à Agência FAPESP.
Do total de 440 participantes, cerca de 50 eram conferencistas consagrados no cenário científico internacional. Aproximadamente 260 pesquisadores e estudantes de iniciação científica e pós-graduação participaram integralmente das atividades. Uma parcela do público tomou parte apenas do encontro da SFRBM.
“Tivemos 237 participantes do Brasil, 43 da Argentina, 43 do Uruguai, 20 dos Estados Unidos, seis do Chile, seis do Peru e outros do México, Nova Zelândia, Canadá, Coreia do Sul, Hungria, Austrália, Cuba, Dinamarca, França, Israel, Japão, Marrocos, Polônia e Suécia. Ao todo, foram realizadas 36 conferências e apresentados 284 pôsteres”, disse Laurindo.
O evento teve participação de 280 mulheres e 160 homens. Foram oferecidas 93 bolsas integrais para alunos da escola, sendo 43 deles provenientes do Brasil e 50 do exterior. “Desses, 30 vieram da América do Sul. Um dos aspectos interessantes da área redox é que temos grupos muito bons no nosso continente e por isso tivemos grande participação dos colegas daqui”, afirmou.
De acordo com Laurindo, a área de processos redox tem uma excelência consolidada no Brasil e é a quarta área mais importante em termos de citações no país.
“É uma área com grande tradição também em outros países sul-americanos, como o Uruguai e a Argentina. Por isso temos muitas colaborações e isso ajudou a aumentar a afluência de participantes para a ESPCA”, disse.
Segundo o professor, os alunos tiveram um envolvimento intenso com a escola. Eles responderam a um questionário de avaliação que incluía critérios como tema, clareza das apresentações, local do evento, interação com colegas e professores e possibilidade de participação nos workshops.
“As respostas eram graduadas de 1 a 5, correspondendo o menor número à melhor avaliação. Na média, os estudantes classificaram a escola com notas entre 1,8 e 2. Acredito que eles reconheceram a alta qualidade do evento”, disse.
As apresentações tiveram foco nos principais problemas atuais da área de processos redox. Um deles é a questão sobre como quantificar os processos de oxirredução em sistemas biológicos.
“Tivemos grande ênfase nesses aspectos e para isso trouxemos cientistas que estão trabalhando com a construção de novos sensores intracelulares – seja a partir de peróxido de hidrogênio, ou a partir de nanotubos de carbono”, explicou Laurindo.
Estresse oxidativo
Outro tema de destaque, segundo o coordenador do evento, foi o debate sobre como integrar processos de oxirredução nas novas disciplinas de proteômica, metabolômica e lipidômica. “Tivemos ainda grande concentração de estudos sobre tiol-proteínas – muitas delas descritas recentemente por vários dos palestrantes que participaram da Escola”, disse.
Laurindo conta que foram debatidos longamente aspectos como a detecção rigorosa e precisa de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio em sistemas biológicos e a visão moderna do conceito de estresse oxidativo, entendendo, por exemplo, como peróxidos são capazes de exercer efeitos específicos de sinalização em células.
Um dos destaques foi a conferência de encerramento do evento, apresentada por Bruce Freeman, da Universidade de Pittsburgh (Estados Unidos), que falou sobre as perspectivas para o desenvolvimento de novas drogas em patobiologia redox.
“O professor Freeman apresentou as direções futuras de como esses processos podem impactar as descobertas de novos fármacos”, disse Laurindo.
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